sábado, agosto 16, 2008

Resgates dos mitos populares da infância ou a sabedoria do folcore do terror n.º 3

O mão preta se recosta no sofá, estrala os dedos rapidamente e com modos sombrios nos comunica por meio de L.I.B.R.A.S:
A geração 90 é a última que vai poder dizer uma coisa do tipo “nos meus tempos de infância eu brincava nas ruas, ficava sentado na calçada, em frente ao prédio às 3 h da manhã”. O caos e o terror paranóico são coisas do começo do século XXI. Lógico, houveram manifestações curiosas do fenômeno há mais tempo, mas tais o eram apenas como precursores. Naquela época, você conversava na calçada com seus amigos imberbes, simplesmente curtindo os ruídos da madrugada, sentindo aquele mistério ainda não desvendado da noite. Hoje, o mesmo prédio está com cercas e interfones, e se você sentar encostado no portão ou na calçada, vão pensar que você é um traveco ou garoto de programa (se homem) ou puta (se mulher). Existirão seguranças emburrados fazendo ronda de dois em dois pelas ruas ao redor por causa daquele hospital que tem na frente do prédio, mais antigo do que você próprio. É terrível pensar no crescimento das cidades e que estes são OS tempos novos. É um mundo pervertido, insano. O mão preta estica o pai-de-todos e o fura-bolo na beira da janela, com o cata-piolhos, o mindinho e seu vizinho apoiados no sofá. Está pensativo. Um grande silêncio se impõe.

3 comentários:

Anônimo disse...

Brilhante, Felipo...sem dúvida, o melhor dos três. Muito legal ele falar por libras...ahahahah...e me pareceu que ele é o mais "intelectualizado" dos três, tá certo? abraço

Daniel S Trouche disse...

Historicamente, talvez este seja um momento democrático para a humanidade, sob o foro de direito social, mas também é um momento negro, indubitavelmente. O que me preocupa é até que ponto o homem levará esta hipocrisia adiante. Característica que ele persiste em manter, que seus indivíduos têm medo de mudar, pois arriscam perder uma vida medíocre, e sabendo disto, ainda o preferem diante do “algoz” desconhecido, que parvo. Não tenho vergonha de ‘ser’ humano, apenas possuo uma ansiedade em acordar em outra realidade, no convívio de outrem. Já que estamos vivos e presos a um tempo... qual a melhor maneira para se viver nesta realidade... ?

Anônimo disse...

sem comentarios. tudo que tenho a dizer se resume nas boas gargalhadas q estou dando imaginando Vossa Senhoria fumando um cigarro e falando algumas outras aberraçoes... kkkkkkkkkkk