terça-feira, novembro 25, 2008

Pollock

Onde você estava com a cabeça naquela noite em 56 quando você olhou a lua através daquelas lentes umedecidas da sua alma? Eu posso enxergar o brilho de seus olhos, o fugaz momento entre a paixão e o clique dos anunciadores de sensações ao nosso cérebro. O que quero dizer é que posso imaginar todo aquele impulso elétrico do ar passando para as devidas fases neurológicas de explicação do surgimento da paixão possuindo seu espírito! Que noite doente, Pollock, meu amigo...foi um porre e tanto.
Não posso deixar de imaginar você naquele carro sem uma trilha como “Good old funky music” dos The Meters, mas o anacronismo é tamanho e o perigo de o leitor achar que estou tirando uma, que estou com parcimônias de um sádico ou polemista são grandes.
O fato é, Pollock, descemos ao mesmo inferno, você é meu chapa. É tudo.

Porra, queria escrever como você pintava! Sem o dedo (no computador), sem o pincel...apenas com as gotas de tinta caindo no papel, trazendo a paz dos campeões...(como no café da manhã dos campeões, é claro) fluído amistoso,eu e o papel, intactos, pronto para uma cópula além do manifesto carnal, como duas águias se enroscando...
Arte, arte. Que bosta é a arte. Mas se não for ela, qual ela?
Mas chega de reflexões acerca de Pollock.

Meu quarto

Quem sou eu sem estas velas acesas? Sem “what more can i do”, do The Meters rolando na caixa de som...e pensar..flutuar por estes vapores ruminantes do amor, da enfim tranqüilidade.

Pensando bem, porra...o título disto daqui deveria se chamar “The Meters”.
Fazer o que, é a volúpia da arte.

FMAN – 16/07/08

Chapéu-s days