quarta-feira, abril 08, 2015

"Nenhum homem é uma ilha"

disse esse tal cara
mas tampouco
um
continente inteiro,
e aí se persegue,
naturalmente,
as caudas da pergunta
"que diabos é, então,
uma nação, um estado, uma cidade,
um vilarejo, um bloco econômico,
um pedacinho de terra de ninguém,
um espaço confinado
em um banheiro ridículo
numa pensão qualquer
no meio da cidade,
uma catatonia tão grande
dentro de si mesma
que as respostas lá fora,
elas próprias,
uma catatonia das boas, enfim,
que porra de espécie
de espaço
é reservado
à solidão, ela mesma um espaço
entrevado
em fronteiras de lugar nenhum?"