terça-feira, maio 17, 2005

(sem título)



nossas vidas banais
lembram um teatro popular
peça cheia de vida
escapole numa alegre folia
para deixar a tristeza escapar
minhas falas óbvias
não me fazem acreditar
em tuas pernas abertas
gozando dúvidas certas
que não aguento chupar
existe algo mais
em teus gestos improvisados
para provocar
num bacanal de derrotados
desejos incontroláveis
uma iluminação fraca
revela nossas marcações
neste palco de foliões
onde o sol nu acata
espermas indomáveis
baseio meu figurino
em seus seios eternos
que botam em desalinho
os falos mais ternos
o esforço de seu suor
na atuação mais obscena
traz o cheiro de morena
e meu texto de cor
para completar esta cena.