tag:blogger.com,1999:blog-109279842024-03-05T10:09:50.860-03:00O CU SOBRE OS OMBROSe assim engatinha a humanidade...FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.comBlogger78125tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-76006903529555254342016-01-07T03:03:00.004-02:002016-01-07T03:03:54.192-02:00Série: exercícios formais – texto de 2003, introdução de personagem<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">Obs.:
não há fim, é mero exercício formal... MESMO.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">“</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 150%;">A
</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">descarga...
a descarga... o que era a descarga?”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">‘Leve sussurrar vindo de um fundo
obscuro, ditando frases tentadoras, visionárias do desejo mais entranho. Tudo
muito quieto, muito quieto, mas logo arfando para um ritmo maior e mais
abrangente, indo e voltando e logo só indo, num crescendo sombrio e desconexo,
mas tão compreensível para o inconsciente, como se, bons e velhos amigos,
pensamento e vontade. O redemoinho se iniciando, misturando-se a tudo o que ali
flutua e cai devido a qualquer ação externa, manifestando-se cada vez mais
intenso, cada vez mais incontrolável, vitorioso de vida própria, indecente. O
ciclo se completando, o serviço completo, fascinante é o processo, é fascinante
o ribombar veneroso das paixões esquecidas, o redemoinho crescendo, aumentando,
princípio da deblateração pegajosa, a tudo castigar, a tudo flagelar sem
julgar, porque não há escapatória, veio à tona, não tem culpa se foi acionada,
porque justamente e unicamente foi e agora que venha as consequências e as
consequências são essas, que se dane, a não ser que todo o mecanismo esteja com
defeito, aí é um deus nos acuda e que tudo vá pra puta que o pariu e se foda,
pois no mais tudo é e jamais se para, o vortex fustigante é o que é e que se
aguente agora o que ele acomete. Girando e girando, no mesmo lugar e em todos
ao mesmo tempo, foi-se e vem, violentando paredes brancas ou amareladas,
depende do serviço diário de escoamento, são fluidos e pensamentos, fluidos e
pensamentos, voando e aterrizando, dizendo bom-dia e adeus, tristes e inertes,
imóveis e insanos, esquecimentos incorpóreos atravessando espelhos para baterem
de frente com mais espelhos , refletindo para sempre uma imagem distorcida e
irreal de acordo com o gosto da bizarra planície refletora, a imagem distorcida
e irreal mas que de certa forma sempre foi e é fiel e mais displicente cruzada
da verdade no caminho da dor e do instinto, girando e girando, voltando,
violência, dor, rebentação, caindo e subindo, a fúria esvanecendo, perdendo o
fôlego, como sempre a calmaria antes da tempestade e a tempestade antes da
calmaria, pois sim, o estado supra-histérico não se sustenta com suas próprias
bases, não se não vier o dedo no botão novamente acionando o fundo gutural, e
assim encerra-se o espetáculo cruel e fabuloso do redemoinho angustiado,
caindo, despedaçando-se, indo e voltando lentamente, sumindo, evaporando-se
numa onda vertiginosa e sugada pelo buraco escuro e impenetrável de onde veio,
para se esconder novamente e aspirar o dia de seu retorno esplendoroso, o
caminho da revelação e verdade... rôôôôôuuuuu... shiiiiiii... blon-blon, croc.
Minha mente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Não
posso definir minha mente, na realidade, ninguém pode. Mas também não posso
definir por que penso nela quando medito sobre uma descarga ruidosa (eu disse “vaidosa”?)
e atraente – a descarga acolhedora de meu nobre lar. Esses tipos de
pensamentos, julgo eu, devem vir naturalmente quando se é um vagabundo, quando
se é uma pessoa da qual nada brota e floresce, no meu caso, como gosto de
definir, um boêmio clandestino, pois meu modo de vida enoja até mesmo a boêmia
clássica, nobres poetas e escritores com lastimosos uivos de desespero na
noite, lançados à eternidade (ou não).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> No
mais, penso que minha atitude nada é mais também do que um grito de desespero,
um berro estridente, pegajoso, rastejante, cru e agonizante, com o fôlego do
tamanho do mundo. No começo, presumo, devia ser um grito cintilante como o
choro de um recém-nascido, mas, à medida em que os anos foram se erguendo, uma angústia
e melancolia atravessava a razão e desfigurava uma inocência plástica e que,
agora, neste exato momento, descubro eu nada ser mais do que a perda de uma inocência
verdadeira e bastante palpável (ou não mais, obviamente). Meu desespero nascia
do confronto rebelde com a realidade, realidade esta que, em minha ingenuidade,
tentara moldar a meu próprio gosto, e, por esse mesmo motivo, me afundava, cada
vez mais num poço obscuro e incongruente. É nesse poço que agora estou, talvez
me erguendo glorioso, talvez apodrecendo, só deus sabe. A verdade é que minha
personalidade extremista me permitia ter pensamentos do tipo “para conseguir
sair do poço é preciso deixar-se ir até o fundo dele”. Mais tarde, descobriria
eu que tal ideia não era fruto da referida adjetivação de personalidade, mas,
sim, de outra qualidade dessa mesma personalidade, a saber, o experimentalismo,
a intensidade e o “emocionalismo”. Sim, sou um entusiasta da alma, mas de sua
miséria, podridão e o que mais for, me perdoem o excesso de baboseira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Contudo,
penso que minhas palavras são obscuras, assumo, e enfadonhas, então me deixem
ser mais objetivo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Nasci
na América do Sul, na capital do meu país (e sempre achei isso tamanhamente
relevante, apesar de nunca achar motivo para tal), país que me induziu a
acreditar, por meio de um processo inevitável e um tanto evidente de
transferência de cultura inata), que seríamos a nação do futuro, uma “nação em
desenvolvimento a pleno vapor”, um troço meio revolução industrial mequetrefe,
e que só mostrou até então toda sorte de lamentos, sofrimentos, angústias,
esculhambação, surrealismos ideológicos e misérias possíveis dentro de um
espectro considerável de possibilidades dentro da condição humana. Somos aqui
uma amostra razoável de conformismo bovino, a mim um dos ápices da degeneração
moral e do caráter humano, embora nenhuma dose de inconformismo tenha
modificado consideravelmente porra nenhuma por estes lados, talvez com exceção
do fim da Ditadura, ainda que desconfio seriamente de que tenha sido um
processo ocorrido somente por forças que recuaram como uma onda, naturalmente,
com o mar, e não “pela vontade e soberania do povo”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Oh, sim, desculpem,
desculpem, sou hiperbólico, eu sei, há de se considerar que “<i>shit happens and happens all the time</i>”
em todos os lugares do mundo e tal e tal etc. Ahhh, mas, exagerado ou não, não
existe nada como o conformismo brasileiro e o selo pré-revelador e
universalmente abrangente da ideia de povo brasileiro. Acreditem, como bom
antropólogo que sou, creio piamente que uns tratados acadêmicos realmente
sérios e dedicados deveriam ser empenhados na tarefa de desvendar e desmembrar
historicamente os conceitos e característica inerentes desse conformismo <i>sui generis, </i>pois trata-se de algo como
um Quasímodo cultural: repelente e ao mesmo tempo atraente. E o tal selo, “povo
feliz”, “povo sofrido, mas festeiro”. Bah! É inevitável pensar na minha
descarga novamente. Enfim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O fato de ter nascido
na capital do Brasil, em verdade, não simboliza porra nenhuma, mesmo porque
logo me mudei para o sul do país, onde pude ter uma infância melancólica, porém
feliz (e que esses tempos não me voltassem, como eram bons!), uma adolescência
conturbada e uma formação não menos duvidosa e questionável. Lembro-me com
nostalgia de brincadeiras ativas num parquinho, de corridas intermináveis por
túneis claros, de risadas espontâneas, gratuitas, mas verdadeiras. Era um
moleque saudável, embora meus amigos infantos, por vezes, me acusassem de “mimado”
e “chorão”. Talvez fosse o fato de todos eles serem mais velhos e eu um garoto
que recebera um excesso de carinho e amor de que nunca poderei reclamar; cresci
sem lutar, e isso é uma dádiva que meus pais puderam me aliviar. Entretanto, as
provações que meus companheiros me infligiram foram-me benéficas, de forma a
começarem o endurecimento de meu caráter e prepararem minha percepção para as
intemperâncias de um mundo vindouro. Tanto que, quando adolescente, já estava
um passo à frente deles, sacerdócio do experimentalismo, lançando minha alma de
encontro à curiosidade, manejando diferentes realizações perscrutadoras,
confrontando a prudência, me jogando numa roleta e me deixando levar sem
preocupação por caminhos tortuosos e escuros, em busca de uma nebulosa e
indistinta revelação, da loucura, procurando por meios não aconselháveis o ser
incipiente que deveria ser acordado dentro de mim. O ser ignóbil, estático, que
agora se exterioriza. Foi um longo caminho até a transfiguração da monstruosidade
decrépita e decadente de hoje. E eu nem vi e percebi o começo, não tive
consciência de tudo o que acontecia ao meu redor, porque não queria ter, e
quando dei por mim, já estava envolvido até as entranhas nesse perjúrio,
afundando nos entraves que eu mesmo montara, já acabado, destruído, humilhado,
embora não me arrependesse de nada, nenhum ato, atitude, sorriso de escárnio,
choro, peripécias, pois, talvez a mais nobre das vivências humanas seja a
humilhação. E, claro, não se pode ir contra o que se é. E eu sou o espírito
inquieto, rebelde, contraditório, inconsequente. Imprudência é um estilo de
vida. Talvez não seja meramente um espírito indolente, mas o fato de se
entregar a ele, em toda essência e crueza. Existe uma corrente que me prende
justamente a esse espírito, violado, violentado, arrastado por toda uma geração
que cresce perdida, preguiçosa dentro de si, caga-regras hipócrita. Uma pessoa
impulsiva, vivendo emoções intensas, agarradas de modo apaixonado, contando os
minutos até o dia irascível em que me porei abaixo num leito jocoso, a lançar
preces aos tempos que me precederam (eu disse “pertenceram”?). Caminhei sobre
brasas impiedosas, mas meus pés nada sentiam – contudo, as cicatrizes me
queimavam vez ou outra, lembrando-me de que ali, em passado não muito distante,
<i>houveram brasas</i>. É mais ou menos
assim que funciona: não me arrependo de minha triste peregrinação, minha
caminhada em que não respeitei nenhuma regra, desdenhei a moral sem sobre ela
sobrepujar a minha própria, mesmo porque nunca a tive pessoalmente definida de
verdade, experimentei inúmeros desafios à ordem, desvirtuando-a gentilmente
(vejam bem) e nunca pensando nas ameaças de perdição e desacato. Não me
arrependo, contudo, vezes ao meu redor me cobram, talvez para sempre, uma
sensatez, coisa esta que virá algum dia – ou nunca – para justificar toda a
balbúrdia e descaso em minha alma pelo que move as instituições e o próprio
mundo. Essas vozes me perturbam e me julgam e, sobretudo, me condenam. É o
pequeno dilema moroso de minha existência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Eu sou o herói de minha
própria vida. Em meu quarto mental, os pôsteres pregados na parede são de mim
mesmo.’<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E assim, sentado na
privada à noite, chorando, Alexandre Daphilus imaginou-se mentalmente falando a
um interlocutor (ou um fã) hipotético, logo após um dia em que, na repartição
pública em que trabalhava invariavelmente das 8 às 18, levou uma mijada épica
(com direito à lição de moral meritocrática) e perdeu sua namorada para um cara
que, julgava, era muito mais viril e bem revolvido do que ele. <o:p></o:p></span></div>
FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-10917238116132238352015-04-08T01:19:00.000-03:002015-04-08T01:19:19.023-03:00"Nenhum homem é uma ilha"<br />
<br />
disse esse tal cara<br />
mas tampouco<br />
um<br />
continente inteiro,<br />
e aí se persegue,<br />
naturalmente,<br />
as caudas da pergunta<br />
"que diabos é, então,<br />
uma nação, um estado, uma cidade,<br />
um vilarejo, um bloco econômico,<br />
um pedacinho de terra de ninguém,<br />
um espaço confinado<br />
em um banheiro ridículo<br />
numa pensão qualquer<br />
no meio da cidade,<br />
uma catatonia tão grande<br />
dentro de si mesma<br />
que as respostas lá fora, <br />
elas próprias,<br />
uma catatonia das boas, enfim,<br />
que porra de espécie<br />
de espaço<br />
é reservado<br />
à solidão, ela mesma um espaço<br />
entrevado<br />
em fronteiras de lugar nenhum?"<br />
<br />
<br />FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-38690167404605934292015-03-28T02:10:00.001-03:002015-03-28T02:10:17.523-03:00Improviso espontâneo, de repente e tal, vai que vinga<div>
Ela, deusa branca e impenetrável, </div>
<div>
senhora neutra na metafísica de um</div>
<div>
dia </div>
<div>
a</div>
<div>
dia</div>
<div>
qualquer</div>
<div>
me deu um vislumbre concreto entre</div>
<div>
vida e morte</div>
<div>
e a merda toda é que eu não sabia </div>
<div>
qual das duas mais me apetecia</div>
<div>
na curra indecifrável de </div>
<div>
minhas mais </div>
<div>
loucas</div>
<div>
cosmologias (ensaiadas)</div>
<div>
encurralado em mistério forjado</div>
<div>
a vida seguia</div>
<div>
c o r r e n d o</div>
<div>
anasalada </div>
<div>
indecisa e castrada</div>
<div>
como prostração divina diante</div>
<div>
inesperada surpresa superada</div>
<div>
de mortal realidade </div>
<div>
de </div>
<div>
um </div>
<div>
mortal </div>
<div>
qualquer</div>
<div>
qual seja, talvez, linda percepção</div>
<div>
sul e norte</div>
<div>
ao mesmo tempo unidos consorte</div>
<div>
bússola definitiva de incerteza</div>
<div>
moralmente pairando</div>
<div>
como mote</div>
<div>
irremediável</div>
<div>
de tudo que é conflito</div>
<div>
entre sentir e o que </div>
<div>
(as) s e n t e</div>
<div>
diante dela, ó, deusa, </div>
<div>
branca e impenetrável. </div>
FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-39097763803288592192014-09-12T17:47:00.003-03:002014-09-12T17:47:42.606-03:00Wallace, você provocou uma das maiores dores de minha vida<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i>Seis anos da
morte de um dos maiores escritores do século XXI (e ele apenas começou)</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A definição e função da arte é uma coisa bastante
problemática. Não vou nem entrar nos méritos e perrengues ontológicos da coisa;
a mim, que é o que me basta aqui, trata-se de fundamentalmente carregar um
poder de expressão interior intenso com almejos estéticos fundados em premissas
já estabelecidas (o que já é complicado, porque tradições são postas por água
abaixo, principalmente em tempos pós-modernos). Esse poder não é mero “jorro
sentimental no papel”, assim for temos um bando de desabafos insossos. É, <i>au contraire</i>, expressar-<b>se com esmero </b>tal<b> </b>que o <i>individual</i> torna-se
<i>coletivo</i> – universal. Em outras
palavras, temos conceitos que o titio Aristóteles já balbuciou lá trás: <i>mímesis</i> e <i>catarse</i>. Não é de se estranhar, então, que minha homenagem aqui
enverede por este caminho, qual é: David Foster Wallace abordou em grande parte
de sua obra o tema da depressão, dos demônios interiores, da impossibilidade inata
de comunicação integral, dos intricados e misteriosos processos que vão da
minha condição emocional perante sua condição emocional, enfim, dá pra sacar
logo qual é a pegada. O lance é que esses temas provêm de uma obsessão
individual (creio que o termo certo seria “pessoal”) do próprio autor,
eternamente às voltas com pepinos emocionais bastante sinistros que,
provavelmente, geravam angústias e indagações tortuosas sobre os temas
adjacentes. Ou seja, sua obra surge de questionamentos internos muito pessoais
e caros a si; Wallace joga a <b>expressão
de si </b>com tanta ânsia (ok, é mera especulação – não estou escrevendo aqui
um artigo acadêmico, não me encham o saco) quanto um iniciante poeta querendo
destilar sua dor de cotovelo porque a menina lá não lhe dá a mínima bola. Entretanto,
seu esmero linguístico, seus conhecimentos formais a respeito de literatura,
seu estilo (desenvolvido ao longo do tempo, naturalmente) e seu senso estético
moldaram um texto completamente universal, tocante e arrepiante. Porra, basta
ver que ele tem o apelo de um autor de autoajuda enquanto era um intelectual
brilhante e puta escritor. Ele não tem apenas leitores, têm fãs. E, meu, quem
dizer que isso em literatura séria não é um feito, que volte à análise de “Quem
mexeu no meu queijo”. Pessoas do mundo inteiro agradecem-no pela “força” que
receberam (sem pedir) lendo obras como “Infinite Jest” ou contos como “Good Old
Neon”. E quando, seis anos atrás, o mundo recebeu a notícia de que este homem
sucumbiu ao seu maior inimigo e se suicidou, o panorama sentimental dos fãs era
desolador. Coisa rara, amigos, em literatura, mas não na música, por exemplo:
sentir a morte de alguém como se fosse um irmão ou amigo querido distante. Para
mim, a dor foi algo um tanto excruciante (ok, sou hiperbólico e não foi como
perder um ente próximo mesmo), porque jogou na minha cara uma desesperança
imensa. Explico: como, deus, como um homem que escreve hinos antissuicídios tão
poderosos, um cara que traz tanta ênfase na falibilidade humana como condição
natural e contornável, um bastião contra o mal do século vai lá e se mata??
Porra, ele deu esperança a muita gente em condições depressivas e coisa e tal e
de repente sucumbe à porra toda?? A arte perdeu pra realidade. É duro. Mas aí
tem uma coisa que eu esqueço e logo volto a lembrar: não sabemos definir arte
de vez, mas tem coisa que sabemos e acho que ninguém duvida – ela é eterna. Seu
autor morreu, mas sua expressão estará lá. E essa é o grande lance: Wallace
estará ajudando muita gente contra o suicídio daqui pra muito tempo. Sua obra é
eterna e todo seu talento estará. Descanse em paz, meu querido. Porque, a
julgar pela sua obra que ainda existe e sempre existirá, você está apenas com
os olhos fechados... mas vivo. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Um hino contra o suicídio (não sei o nome do cara,
mas sou eternamente grato a ele, pois ele traduziu o que nunca foi traduzido
por aqui): Good Old Neon, do livro de contos “Oblivion”. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
É longo, mas vale cada palavra. Com direito a
lágrimas. </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Regozijem-se. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
http://projeto-oblivion.blogspot.com.br/2012/09/bom-e-velho-neon.html#comment-form</div>
FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-69099418756550214452014-01-15T20:47:00.001-02:002014-01-15T20:47:07.518-02:00IV (Work in progress)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Pesadelo narcisista:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">não conseguir ficar só<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">com seus pensamentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">memento mori<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">como única verdade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">num promissor oceano<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">de sentimentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">e se, grosso modo, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">não se abster, alcoólico, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">de um fundamento nobre, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">e querer viver?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">morrerá, é claro, este voto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">egocentro informe<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">dentro dum esgoto <i>in love</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">com apetrechos de morte?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(Qual a esperança dos homens fadados<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">inexoravelmente,
meu deus, a um fado tipo português mais do que ao ethos grego?)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">terei eu força suficiente<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">para caminhar <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">por uma destas belas ruas <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">em chuva cinzenta<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">sem estar lá?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">conseguirei ver, de olhos fechados, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">beleza nas paisagens sem cor?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">pois admite-se a inércia de um olmo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">sem sentir-lhe o movimento com o rosto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">agarra-se afoito<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">insubstancial engodo <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">como salvo-<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">conduto <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">à fragilidade da vida <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(e não se tem nas mãos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">mais do que rasas permutas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">entre o “eu” e o “você”.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sentir é tão-somente a única verdade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O único mistério, posto que<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">é tênue e concreto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">lado <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">a <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">lado <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">com seu mistério.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E se, nesta insustentável equação, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">uno-me aos (h)unos,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">explorar vãos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">em busca de possíveis enigmas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">e nada encontrar <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">como possível solução?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Que roguem filosofias e abismos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">jogarei uma pedrinha <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">no lago imaginário<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 141.6pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">da
razão<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">dará conta <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">do outro lado <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 106.2pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> a imaginação<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(e talvez seja esta <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 70.8pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> a única proporção<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">entre a vida e a morte<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">mais ou menos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">entre_tantos “únicos” senãos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(...)<o:p></o:p></span></div>
FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-90314750851030447662013-08-30T02:42:00.001-03:002013-08-30T02:43:08.190-03:00Devaneio breveO aprendiz é o sonho do mestre.<br />
É sentir-se indivíduo perante a massa de indivíduos (ainda mais no século XXI, por mais batido ou pedante que possa parecer, eu sei). <br />
Quem lhe venera te fortalece nas fraquezas do espírito.<br />
(e venerar são momentos frágeis na vida, se você tiver uma consciência meio que tendendo para o melancólico e mezzo pessimista)<br />
<br />FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-1969436105018834702013-04-23T03:51:00.002-03:002013-04-23T03:55:54.926-03:00Working in progress IIIIII (etc. etc.)<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Estou me
sentindo miserável, Pai. </div>
Estou seguindo
um caminho<br />
Não sei se é o
certo. <br />
Queria acreditar
que sigo seus passos. <br />
<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Mas seus passos são dados em falso.</span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span><br />FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-65374410943147220042012-11-13T14:40:00.002-02:002012-11-13T14:40:55.772-02:00Work in progress IIII (ainda sem título e primeira versão)<br />
<br />
Trajeto incerto<br />
alvorada em assalto. <br />
Assim se desfaz<br />
rápidos arautos<br />
juventude e passado. <br />
O saldo é inválido<br />
as transações: <br />
precárias. <br />
<br />
Não caminhei por <br />
estas vielas <br />
tristes<br />
quando nasci!<br />
- como hei então<br />
de saber soberana<br />
<br />
Tristeza, minha memória?<br />
FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-74250327469294369112012-01-16T22:37:00.006-02:002012-01-16T22:53:46.988-02:00Work in progress1.ª versão.<br />Ainda sem título.<br /><h6 class="uiStreamMessage" ft="{"type":1}"><span style="font-weight: normal; font-family: times new roman;font-family:arial;font-size:180%;" class="messageBody" ft="{"type":3}" >Imponderável atravesso<br face="times new roman">vórtice em canto<br face="times new roman">inefável trilho emotivo<br face="times new roman">sem resignação de derrotado<br face="times new roman">tampouco bravura e fúria.<br face="times new roman">contudo, desperta encanto<br face="times new roman">volitivo desespero cansado<br face="times new roman">meu destino<br face="times new roman">de pathos e tragédia<br face="times new roman"></span><span style="font-weight: normal; font-family: times new roman;font-family:arial;font-size:180%;" class="messageBody" ft="{"type":3}" >se perde nos pequenos enquantos</span><span style="font-family: times new roman;font-family:arial;font-size:180%;" ><br face="times new roman" style=" font-weight: normal;"></span><span class="messageBody" ft="{"type":3}"><span style="font-weight: normal; font-family: times new roman;font-family:arial;font-size:180%;" >configura um herói<br face="times new roman">fardo parco, despedaçado:<br face="times new roman">através da candura sofrida<br face="times new roman">sua aura imprime<br />a um peito danado,<br face="times new roman">o itinerário de minha vida.<br face="times new roman">(...)</span><br /></span></h6>to be continued...FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-25296424189833367782011-10-26T15:10:00.006-02:002011-10-26T16:45:46.710-02:00Trapalium - trecho avulso central<div align="justify">Existem situações para as quais nenhum administrador foi treinado. E nenhuma faculdade tem a capacidade para prepará-lo. </div><br /><div align="justify">Encontrei Marcos no corredor, em uma das inúmeras vezes do dia em que eu saía para fumar. Mostrava-se ele preocupado, com o olhar vago, vazio, emoldurado por sobrancelhas tensas, sustentando o queixo com rígidos polegar e indicador. Apoiava-se com o outro braço na parede e barrava o acesso ao bebedouro. </div><br /><div align="justify">- Você tá bem, cara?</div><br /><div align="justify">- Hã, como?</div><br /><div align="justify">- Ce tá bem, Marcos?</div><br /><div align="justify">- Ah, cara porra, meu, não sei o que fazer aí, cara...</div><br /><div align="justify">Ergui o sobrolho. </div><br /><div align="justify">- Ah, é que...ce sabe aí, cara, o Ronald, a história do cagalhão lá...</div><br /><div align="justify">Sorri. Ronald havia atacado novamente no almoço, deixara um rastro fétido no único banheiro masculino do setor e a coisa parecia que durava umas boas horas, contrariando as leis da física, da química ou o que quer que fosse natural que possa ser agredido ou transgredido. Obviamente ele não errara o alvo, isso seria tão grotesco e grosseiro quanto descobrir uma bactéria com um par genético inédito na natureza. Mas havia sim restos de sua épica jornada pelo banheiro, crostas duras, coladas aqui e acolá na parte interna do vaso, que, à maneira de uma criança tímida agarrando-se ao vestido da mãe, não saíam do lugar nem com a saturação da força da descarga. O lixo estava em desalinho, transbordando, e parecia que Ronald apreciava uma forma excêntrica de dobrar o papel, fazendo um bolinho com ele e não dobrando-o como se faz para compor, por exemplo, um avião. Seria interessante o que um psicólogo poderia extrair daí. Piadas à parte, curioso era como alguns dos bolinhos, talvez mais extrovertidos, ficavam com a parte usada virada para fora, exibindo manchas irregulares e alguns até com pedaços sólidos minúsculos colados, uma pintura caótica que faria um vanguardista pós-moderno (?) lamber os beiços. Ao lado, uma tira pendia balançando vagarosamente grudada na pia. Outros vários pedaços de papel, de diversos tamanhos, espalhavam-se inertes por toda parte. No entanto, Ronald mantinha sua marca pessoal, seu selo de garantia, o "toque do gênio", aquela característica que permite a um crítico distinguir o trabalho do autor como único, pessoal e intransferível. Pois que o pior componente do quadro continuava sendo o odor incocebível, não humano, que assombrava o lugar. Invisível, permanecia ali apesar dos enormes e diversos esforços para exauri-lo, era o mais forte dos espíritos veladores de tumbas esquecidas. Um abutre chegaria voando para trás no recinto. E era, como deveria ser, a gota d´água para o harmonioso ambiente corporativo. </div><br /><div align="justify">Enquanto me mostrava todo esse quadro de terror absoluto, Marcos deixava transparecer toda sua desconsolação. </div><br /><div align="justify">- Porra, cara, e agora a faxineira quase me enrabou com o espanador, venho fazendo o sinal da cruz, xingou a mãe de todo mundo e depois foi falar com a Marília. Ce sabe, a Marília nunca ficou de frente com essas mulheres, não é ela que contrata, lógico e...</div><br /><div align="justify">...e aí de repente, fiquei imaginando, aparece essa mulher descabelada, com o avental um tanto desalinhado para a direita, o espanador segurado com rigidez à maneira de uma arma, e a Marília levanta o olhar de sua mesa e assiste essa pobre criatura em estado de fúria quase psicótica lhe jogar impropérios sobre cagalhões, papéis manchados de merda, bundas gordas e desrespeitodas, jornada de trabalho de 12 hrs em dias ruins, salários aviltantes, autoestima deficiente, o preço do bombril usado para ajustar a antena da TV, jogadas miraculosas para driblar o funcionário da companhia de luz que vem cortar a energia, os três ônibus lotados que se deve pegar para chegar ao trabalho e coisas do gênero. </div><br /><div align="justify">- É óbvio que a coisa toda iria estourar na minha bunda. </div><br /><div align="justify">- Bom, parece que na do Ronald elas estouram sozinhas. </div><br /><div align="justify">- Ah-ah. Você ri, mas a Marília estava furiosa, falou até em fazer terapia e tal, pediu que eu tomasse alguma medida urgente e tudo. Só esqueceu de dizer o quê. Quer dizer, eu ouvi a palavra "comunicado". Mas porra, ce já parou pra pensar em como fazer isso?</div><br /><div align="justify">- Eu não, mas tenho certeza que você já gastou um bom tempo. </div><br /><div align="justify">- Pois é...porra, cara - alisou a nuca, baixou a cabeça - olha, véio, eu vou te dizer, você vai todo dia pra faculdade, estuda, são horas que você se fode tentando decifrar o que aquele professor com discurso embolado e ego límpido tentou dizer naquela aula xarope, incontáveis cervejas que você troca com seus amigos junto com experiências sobre o ramo, e nunca imagina que vai enfrentar uma coisa dessas. </div><br /><div align="justify">Levantei os ombros. Era realmente uma situação delicada. O grande imbróglio residia no teor do comunicado virtual que Marcos deveria enviar. Evidentemente o comunicado seria passado em todo âmbito do setor, devido à grande sensibilidade corporativa em evitar o confronto direto com o transgressor ou mesmo porque a falta de sessões com um terapeuta não preparou Marília para aplicar uma advertência individual. O fato é que Marcos não conseguia encontrar as "palavras certas". Estava familiarizado com pedidos requerendo que os colaboradores mantivessem a mesa limpa em prol do genial e inventivo 5s ou que os processos agora deveriam impreterivelmente serem marcados no largo quadro branco no centro da sala para que a administração pudesse organizar a pauta e saber em que pé andavam as coisas, mas não para censurar odores anais e orgias intestinais e higiênicas no banheiro. Dizer somente para que "zelassem pela limpeza e organização do W.C." não daria, de forma alguma, conta da situação, pois provavelmente colocaria o problema em termos simplórios, e definitivamente a generalidade da mensagem não causaria impacto para que ela fosse cumprida. Em outras palavras: o problema continuaria acontecendo. Mesmo porque Ronald continuaria defecando e não tendo controle sobre o cheiro de seus dejetos. Mas como colocar a coisa de forma satisfatória? Os termos técnicos, ou mais precisamente os detalhes, não poderiam ser explicitados, por razões óbvias. Nem em termos sutis: toda escolha soaria nada menos do que burlesco ou irreal, ou mesmo uma piada de mau gosto aplicada por alguém sem profissionalismo ou de têmpera essencialmente juvenil. Na condição de homem das letras, solidarizei-me com a situação, mas cansado e prevalecendo a condição de homem puto e fanfarrão, sugeri que ele descrevesse ipsis litteris a monstruosidade do acontecimento. Em verdade, admito que não fazia ideia de como dar solução ao problema. Não que não me importasse: sofrendo as intempéries dos caprichos de minhas entranhas, era frequentemente forçado a correr ao banheiro no turno da tarde, eu mesmo sofrendo ao enfrentar uma odissédica prova de resistência ao fechar a porta e sentar no trono dos justos. E me importava também com Marcos, que é uma boa pessoa. </div><br /><div align="justify">A hipérbole destas linhas parece exagero (ah-ah!). Não é, e convido meus leitores a darem um voto de confiança.1 Creio que todo ser humano já sentiu um cheiro tão forte e subversivo que as narinas começam a arder (realmente). Esses saberão a amplitude do drama e ainda crerão na humildade de minha narrativa. Já vi uma chamada em um site médico, certa vez, dizendo que alguns tipos de câncer cerebral podem fazer com que o paciente sinta frequentemente um cheiro de queimado, inexistente. Fico imaginando, no caso de nossas linhas anteriores, em que o odor é real e quase palpável, que espécie de vis conexões neurológicas se processam dentro de nós enquanto a mente tenta compreender por que o cheiro de determinados dejetos humanos conseguem fazer arder nossas mucosas superiores. Que substâncias estarão ali presentes para configurar tamanho afronta à sensibilidade de nossos nervos? Nem a amônia presente na urina transtornada de bêbados contumazes consegue tanta agressão aos sentidos. Quer dizer, nunca fui um às da química, mas é difícil compreender aquilo que não vemos (tanto fisicamente quanto psicologicamente - é só ver o caso clássico dos índios que não enxergavam um barco se aproximando porque nunca tinham visto aquela coisa antes) e quando este ente invisível tem a capacidade de atingir com ímpeto ou violência um de nossos sentidos, a coisa fica ainda mais complexa. Aquelas moléculas todas minúsculas subindo pelo ar, adentrando nosso nariz, e - perdoem-me se demonstrarei alguma incoerência básica de anatomia ou fisiologia humana: nunca fui tampouco um às das ciências - quem sabe indo até os pulmões e dali para a corrente sanguínea, digo, aquelas moléculas minúsculas responsáveis pela imcompatibilidade com o ser humano, como o gás carbônico, e aí indo parar, por exemplo, nas artérias do cérebro. Já foi mais ou menos provado que a ingestão de algumas substâncias, que de forma nenhuma imaginávamos ou ainda imaginamos nocivas - como sei lá, sazon, podem provocar ou ajudar o aparecimento de focos tumorosos em determinadas regiões anatômicas. Não creio que seria muita viagem conceber um quadro em que, visto o desconhecimento da origem ou natureza das moléculas presentes ali naquele banheiro, nosso cérebro poderia ser afetado por exposição prolongada. Se bem que a conclusão lógica do raciocínio apontaria para um axioma que, no mínimo semanticamente, soaria absurdo: fezes podem causar câncer. Mas isso tudo são vãs filosofias (??).2 </div><br /><div align="justify">De repente tudo aquilo começou a me deprimir. Não consegui mais me defrontar com a cena à minha frente. Tudo me pareceu triste demais e irreal, como uma encenação barata realizada por um paciente sádico de um hospício qualquer, para quem, por alguma razão obscura e deturpada, deram o poder de criar algo. Olhei para Marcos e ele deve ter entendido que a mesma desconsolação que lhe assolava tomou conta de mim, apesar de por motivos distintos. No final das contas estávamos no mesmo barco, acordando cedo todos os dias, caminhando ou pegando ônibus para chegarmos no mesmo local sempre, enfrentando situações diferentes e iguais ao mesmo tempo, uma rotina para a qual teoricamente nos prepararam por anos a fio, não somente na faculdade, mas na vida inteira. Tudo muito alheio, sem sentido. </div><br /><div align="justify">- É, cara, sei lá. Boa sorte, meu. Mas eu tenho que ir, cara, vou fumar ainda e se demorar muito vão começar a notar. - foi a única coisa que consegui dizer a ele. Virei as costas e deixei ele lá, às voltas com os seus demônios administrativos. Estamos todos sós, no fim de tudo. E isso, definitivamente, nenhuma faculdade poderia estar apta para nos preparar. </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">1 Ao começarem a ler este texto já deram, o que é meio óbvio. Mas eu sou óbvio.</div><br /><div align="justify">2 De terceira categoria mesmo para um boteco. </div><br /><div align="justify">3 Humanas e de um tipo específico, conjuradas sob contextos ainda desconhecidos, que fique claro. </div>FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-91577358335858477472011-10-17T18:10:00.001-02:002011-10-17T18:11:43.007-02:00Mais um de Jorge BarbosaEnquanto meu ócio continua vigente, poema novo de Jorge Barbosa Filho.<br /><br />assinatura<br /><br /><br />tento ir em prantos<br />mas choro de tanto de rir<br />em cantos escuros<br />onde sou muitos e tantos.<br />minha solidão é fiel<br />ela não me deixa só,<br />ando por aí contido<br />como espelhos.<br /><br />não procuro cheques,<br />sheiks, ou o X da questão. <br />procuro um antídoto<br />algum nome, um som<br />sem bilhetes suicidas.<br />ganhei-me pelas frestas<br />e mesmo sendo assim,<br />dei uma imensa festa<br />dentro de mim!<br /><br />até que enfim,<br />fiquei lindo a noite toda<br />para esperar por mim,<br />mas não fui, não vou, nem vim.<br />as luas dos meus lábios<br />incendeiam-me insensato<br />nesta espera sincera,<br />esqueço quem sou<br />e lembro quem flui.<br /><br />passaria séculos convicto<br />em ser uma oitava acima<br />de marte e plutão.<br />mas meu amor não cabe<br />na boca de um vulcão.<br />meu umbigo é um big-bang,<br />apenas um improviso,<br />uma fuga de jazz band.<br /><br />não me levei em conta,<br />não botei na ponta do lápis.<br />passei na prova dos nove<br />mas me falta um pouco de álibi.<br />escrevo com minha sombra,<br />sem sombra de dúvidas...<br />nas minhas ilusões, eu me achoe assino em baixo, em baixo.FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-19199915017835911482011-01-26T05:02:00.004-02:002011-02-01T04:38:53.074-02:00Eles sofrem para se sentirem seguros.<br /><br />E eu sofro de que maneira? Não seguro, mas até de certa forma masoquista. Procurando, talvez, o inevitável, se é que podemos saber o que é o inevitável ou se ele é o evitável que desafiamos todos os dias e se torna ine- tão só e somente por causa de nós mesmos.<br /><br />Quem sofre para se sentir seguro, FMAN, de quem vc fala?<br /><br />Dos artistas (argh) que têm uma vida relativamente tranquila e não trabalham e podem escrever e criar uma infinidade de coisas e dizem que sofrem e o escambau, mas porra, perto de mim, sofrem o quê, sonofabitches, e yeahhh, é isso aí.<br /><br />FMAN, vc veio da classe média, meu caro. Vc acha q tem uma história de vida triste e épica, mas meu caro, o que é vc perto de um sujeito que dorme nas ruas e desde o nascimento enfrentou uma existência não menos do que limitada? E aqueles que, independente de escala social, vivenciaram pesadelos indiscritíveis que transformam a psique humana? Ou, além, quem é voce para, pretensiosamente, saber que o teu pesadelo<em> interior</em> é maior que o de qualquer outra pessoa?<br /><br />...Bom, eu sei que estou errado, mas minha autopiedade muitas vezes me move pra frente, como um guerreiro que perdeu a honra por uma bobeira e agora vê a chance única de retomá-la perante uma missão de dor e agonia. Quanto mais o pé do Antagonista pressiona meu rosto na lama e faz me sentir uma merda, a ponto de retornar a minha infância e gritar como um animal desesperado de ódio e vergonha (se é que este último atributo exista nos animais - eu, pessoalmente, acredito que não, acho que nestes cérebros "subdesenvolvidos" não existe a mediocridade de um sentimento como a vergonha, e sim, talvez, o da humilhação, que é diferente pelo fato de um outro ser ter o domínio absoluto de tudo o que lhe pertence, seja a mente, o físico, e, se ele quiser, até mesmo o cu).<br /><br />...FMAN, eu acho que vc tem sérios problemas. Primeiro, o antagonista que você criou é somente isto: a materialização do seu fracasso nos seres que vc julga supostamente terem mais oportunidades do que você. Ou, <em>comme on dit</em> naqueles que você secretamente inveja e, incapaz de assumir isto integralmente, vira o ódio contra. Sem, realmente, nenhum argumento consistente. Estes de que vc fala, sofrem sim, e sofrem igual a vc. Vc sabe que a sensibilidade deles também está muito antenada.<br /><br />(...)<br /><br />É hora de um narrador entrar e mediar, ou, simples modo, explicitar esta conversa. 1.) ponto: o primeiro sujeito que interroga e depois divaga é FMAN, o suposto autor deste blog. 2.) ponto: o interlocutor que aparentemente questiona e provoca/indaga/contradiz FMAN é o encosto.<br />(Que encosto, porra, pergunta-se o possível leitor deste blog)<br />Cara, é uma longa história. A única coisa que posso dizer é que este blog possui seus vários nomes por causa de uma longa luta entre FMAN e seu encosto (sim, ele é bem específico e só dele) - os nomes caracterizando o estágio da luta entre os dois. "O encosto está em todos nós", como está atualmente titulado significa, nada mais ou nada menos, que...Ahhhrgh..que porra é aquela, que merda significa tudo is..t...aahh! XXXXFMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-69628299469912544852010-12-08T17:46:00.005-02:002010-12-08T17:51:07.681-02:00Mais do Jorge Barbosa<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguEeWdSOIQ9kS1rCwFNkDfSBuN-q2NvQYPdgjA0I8Zck_KcRB99qD4DWoeXFr7y-19jhs6nePNnSKRPcb6v8grAGi6gaQCG24OqEoeOK_DVZZzTZD97IaUlWNno1CUL24IDEYZ/s1600/l_aa4da4836ebe402696f7b639dd0df3e9.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 474px; height: 293px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguEeWdSOIQ9kS1rCwFNkDfSBuN-q2NvQYPdgjA0I8Zck_KcRB99qD4DWoeXFr7y-19jhs6nePNnSKRPcb6v8grAGi6gaQCG24OqEoeOK_DVZZzTZD97IaUlWNno1CUL24IDEYZ/s320/l_aa4da4836ebe402696f7b639dd0df3e9.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5548400620230072530" border="0" /></a>Enquanto este que vos escreve mantém-se inútil e estagnado em matéria de criação cultural, outros poetas estão colocando a mão na massa: com vocês, mais um poema de Jorge Barbosa Filho.<br /><br />Nossa Senhora dos Capilares<br /><br /><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <o:shapedefaults ext="edit" spidmax="1026"> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <o:shapelayout ext="edit"> <o:idmap ext="edit" data="1"> </o:shapelayout></xml><![endif]--> <p class="MsoNormal">Sou o lobisomem</p> <p class="MsoNormal">devoto de Nossa Senhora dos Capilares,</p> <p class="MsoNormal">a única que acha cabelo em ovo.</p> <p class="MsoNormal">Ela é de origem portuguesa</p> <p class="MsoNormal">e sua epifania se deu numa barbearia.</p> <p class="MsoNormal">Tem pelos nas costas, usa bigode.</p> <p class="MsoNormal">Uma Santa que nem o diabo pode.</p> <p class="MsoNormal">Drag Queen beatificada,</p> <p class="MsoNormal">padroeira dos bichos hisurtos,</p> <p class="MsoNormal">dos hippies e das vassouras de pelo.</p> <p class="MsoNormal">Santa de dar inveja aos carecas.</p> <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal">Pois tem vários cipós debaixo do braço,</p> <p class="MsoNormal">perucas nas pernas e cultua suíças.</p> <p class="MsoNormal">É a Santa que o Tarzan cobiça!</p> <p class="MsoNormal">Nossa Senhora dos Capilares! Orai por nós!</p> <p class="MsoNormal">Sua primeira oração foi “As Mentiras Cabeludas”</p> <p class="MsoNormal">e posteriormente, “Sabão Cra –Cra”.</p> <p class="MsoNormal">Protetora dos pelos do nariz, tufos na orelha,</p> <p class="MsoNormal">da família circense, em especial, da Mulher Barbada.</p> <p class="MsoNormal">Uma Santa de arrepiar os cabelos,</p> <p class="MsoNormal">mas pelo sim e pelo não</p> <p class="MsoNormal">é a Santa de minha devoção.</p> <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">Bento Pinto dos Santos</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right"><span style=""> </span><span style=""> </span>(Jorge Barbosa Filho )</p>FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-27253187463914223792010-08-06T17:59:00.004-03:002010-08-06T18:22:16.089-03:00O diabo loiro está de volta!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe6mjlFmA_JsEoLT-UodvOZJKuN4gaA1cODyEOeHXrZvJq8v0SsytTktLkYjPkiznOdurrZrw04GyEmI4q-tBpbuM13s2b7FJddWau9VHV4lUn_iLqMbBWJWCDrRhATmMyM7mT/s1600/m_45e72436e7354f55968bd5dc4ba88745.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 390px; DISPLAY: block; HEIGHT: 310px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5502404492912897234" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe6mjlFmA_JsEoLT-UodvOZJKuN4gaA1cODyEOeHXrZvJq8v0SsytTktLkYjPkiznOdurrZrw04GyEmI4q-tBpbuM13s2b7FJddWau9VHV4lUn_iLqMbBWJWCDrRhATmMyM7mT/s320/m_45e72436e7354f55968bd5dc4ba88745.jpg" /></a> E eis que o Jorge me envia um de seus novos poemas. E pelo jeito ele continua botando pra fuder. Segue:<br /><br /><br /><br /><div align="center"><strong>flor de lisboa</strong></div><br /><div align="center"><strong></strong></div><br /><div align="right"><strong>(para Ana Griffo Antunes Coimbra)</strong></div><br /><div align="right"></div><br /><div align="justify">perguntei por cantar</div><div align="justify">por que canto? </div><div align="justify">enquanto encanto a dor</div><div align="justify">num espanto!</div><div align="justify">luas e sóis na minha voz</div><div align="justify">e a canção por um fio. </div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">ah! fina flor de lis boa</div><div align="justify">ah, na boa, coimbra!</div><div align="justify">és leve águia e leoa</div><div align="justify">e soas entre as sílabas. </div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">teço teu fado alado</div><div align="justify">por isto grifo teu mito</div><div align="justify">e teu sorriso de fato</div><div align="justify">finda meus conflitos,</div><div align="justify">a fúria dos ventos impunes</div><div align="justify">ante a tudo, que antes unes...</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">ah, naquilo que musico</div><div align="justify">há! ana, ana griffo</div><div align="justify">dá-me o teu charme castelã</div><div align="justify">deixa-me rei dos teus fãs.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">oceânicas peguntas!</div><div align="justify">cavalos marinhos</div><div align="justify">acesos em nossas bocas, </div><div align="justify">azuis, azuis, azuis do mais íntimo</div><div align="justify">do espelho que despe-se a toa:</div><div align="justify">nunca vi tantas mulheres numa!</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">ah! braços de porto e gal</div><div align="justify">à sombras de caetanos</div><div align="justify">e caravelas amamos</div><div align="justify">em nossas praias de mel e sal. </div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">contemporaneamente antigo, </div><div align="justify">é meu beijo de porquês, </div><div align="justify">pois este poema é um jeito</div><div align="justify">de viajar um pouco contigo</div><div align="justify">sem que as malas as tenha feito</div><div align="justify">assim te amo em português...</div><br /><div align="justify"></div><p align="left">Jorge Barbosa Filho<br /></p><div align="justify"></div><br /><p></p><br /><p><strong></strong></p><br /><div align="right"></div>FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-10044729168772968322010-07-29T15:14:00.004-03:002010-07-29T16:00:28.570-03:00Lirismo alheioTerceito autor (neste caso "a") que publico aqui no blog, vale a pena conferir o blog de Vanessa Rodrigues: <a href="http://www.vanrodrigues.wordpress.com/">www.vanrodrigues.wordpress.com</a><br />Um magnânimo exemplo de lirismo segue no texto a seguir, em que a autora alcança um patamar invejável de simbolismo e significado.<br /><br /><strong>poética da concha</strong><br /><br />o bicho mais mole cria a concha mais dura, na medida exata de sua existência . expele o mal<br />rodeado em madrepérola. o mais inofensivo é o mais impenetrável dos bichos da<br />praia.<br /><br />e é de dentro para fora que constrói essa casca. e do segredo de sua natureza, do mistério<br />daquilo que é feito, ele forma o concreto de sua cidadela.<br /><br />mas só cabe um em sua fortaleza miúda.<br /><br /> - Vanessa Rodrigues -FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-76138702703676992582010-05-20T16:08:00.006-03:002010-05-20T17:00:30.906-03:00LOKO DENIS E O MOMENTO METAFÍSICO<div align="justify"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 659px; DISPLAY: block; HEIGHT: 255px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5473443239018541858" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2rqbTjnEFa-E9Ie083eXiZJZxmY32xRfpbQNo5FZdp3umTOVmGU00RNofQDWJJgmxMl319K8U6yEPKu9EwPzoFimX95OscR91olONv4IrrRvJZq_lGpOZ6DBSjHf_n8v8E4LW/s320/imagem1.bmp" /><span style="font-size:78%;"> Pintura por Maria Luísa C. Fumaneri, 2010. Técnica: pincel de Paint.<br /><br /></span> Joaquim pegou o prato de apoio do pires e, com as unhas, começou a arranhar e arrancar pedaços da parafina acumulada pela queima de diversas velas. Loko Denis acompanhou o processo com olhos curiosos e inquisitivos. Focava-se na mão, em todos seus movimentos bruscos, os dedos grossos e as unhas ligeiramente sujas, empurrando com desajeitada força os tocos brancos. Naquele breve momento de reveladora filosofia, Joaquim falava – pausadamente – amenidades que Loko Denis não quis ou simplesmente não ouviu.<br /> Pensava que numa situação dessas ele não saberia o que fazer, simplesmente não teria o conhecimento para saber que, para tirar aquele amontoado de cera branca de um prato deveria ser necessário arrancá-lo com a mão, e não com o uso de um detergente e um Bombril, mesmo pelo motivo de que apenas isso não funcionaria. Nesse momento, Loko Denis descobriu que nada sabia sobre a parafina da vela e, praticamente, nunca havia tocado uma antes. E isso demonstrava o quão sábio Joaquim era, tão somente pelo conhecimento empírico que acumulava. É lógico que essa percepção não vinha a Denis dessa forma, mas sim em códigos mais modestos, talvez suficientemente simbolizados pela figura do herói e da qualidade empática da admiração e a consequente afeição indefinida. Indefinida porque não-afeição, por mais paradoxal. Mas longe de compreender, Denis não precisa compreender. E, quando mais tarde, mais maduro já a caminho da meia-vida, meditava sobre o período, gostava de pensar se as pessoas mais jovens que o conhecessem agora também teriam essa percepção de sua própria figura, quando levantasse e jogasse fora os tocos das velas ou qualquer outra ação aparentemente banal e desinteressante, mas enquanto detalhe, figurava sublimidade inexplicável, talvez comparada ao vazio e preenchimento (!) da divulgação da Teoria do Caos, e, assim, essas pessoas achariam que ele era um homem sábio, um cara vivido, um cara com MUUUITO conhecimento empírico para dar. Nesta época viria a ter uma resposta.<br /> O que importa é o tempo presente. E neste, Loko Denis saíra de seu repentino e profundo transe, porque Joaquim já terminara de jogar fora os tocos e acendia uma nova vela, deixando cair a cera quente sobre o prato e firmando-a.</div>FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-70741640353502290682010-04-28T18:20:00.003-03:002010-04-28T18:23:52.384-03:00TRAUMAO maior herói que eu já desmistifiquei<br /> foi eu mesmo.FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-10254623469251149002010-03-30T02:47:00.002-03:002010-03-30T02:50:15.587-03:00NÃO HÁ NADASim, companheiros. O encosto avançou novamente. Nada a falar por enquanto. A batalha ganha novos rumos, ainda indefinidos. <br /><br />Como diria um amigo eu, assalamom!<br /><br />E boa sorte a todos. Fiquem londe das drogas, camaradas.FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-7338217157929679532010-02-17T21:28:00.004-02:002010-02-17T21:33:41.074-02:00Poema novo de Jorge Barbosa Filho<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTKwlOQhyphenhyphen8l5gsGyPUDlMssQ0-I2siRGca1ketHrlsnGc3OOR6vD4UQDhUHOyGXG9cTzzzTO8HngiE_LeDoF090CqlWOxBjoJ7Up8wmVJ0h2S8IQGHaeLAqU6JYFi-kzY0RqVf/s1600-h/l_56432664b9281457d5afaf18fa95b1b3.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTKwlOQhyphenhyphen8l5gsGyPUDlMssQ0-I2siRGca1ketHrlsnGc3OOR6vD4UQDhUHOyGXG9cTzzzTO8HngiE_LeDoF090CqlWOxBjoJ7Up8wmVJ0h2S8IQGHaeLAqU6JYFi-kzY0RqVf/s320/l_56432664b9281457d5afaf18fa95b1b3.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5439359536047624482" /></a><br /><br />Eis mais um poema de Jorge Barbosa. <br /><br />Visite também http://www.myspace.com/jorgedoiraj<br /><br /><span style="font-weight:bold;">não me ame nunca</span><br /><br /><br />não me ame nunca<br />dizem, sou muito perigoso,<br />pois se te beijar a nuca<br />acabo te roendo o osso<br /><br />da tua doce espinha<br />falam, é a minha arma,<br />pra me valer nas esquinas<br />e chegar ladino em casa.<br /><br />não me ame nunca<br />dizem, sou muito pirado,<br />meus carinhos nas luas<br />não valem nenhum trocado.<br /><br />acho que minha fama<br />não é assim tão pequena,<br />gritam, que só valho a pena<br />quando te levo pra cama.<br /><br />não me ame nunca<br />dizem, sou muito bandido,<br />roubo sua alma e chuvas<br />e depois acabo fugindo.<br /><br />perca a esperança então<br />rezam, sou homem e menino,<br />brinco pelo seu coração<br />que bate sempre arrependido.<br /><br />não me ame nunca<br />dizem, que você me ama<br />enquanto tudo te espanta<br />não me ame nunca.FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-6118509419160945992010-02-12T20:12:00.001-02:002010-02-12T20:14:00.719-02:00FMAN B-SIDESDepois de certa ausência, volto com mais um infame FMAN B-SIDE, os textos obscuros de uma época mais obscura ainda...com mais um poema que meu cérebro não recorda ter escrito.<br /><br />(e novamente, pra quem não sabe do que se trata a série, procure o primeiro post)<br /><br />a nossa música a gente inventa <br />conforme o tempo partido <br />de nosso amor assente <br />um poema de amor ferido <br />carta sentimental passada <br />nós escrevemos qualquer dia desses <br />enquanto esperamos tudo passar <br />ou mesmo na noite antes de despertar <br />nossas fúrias e desinteresse <br />o vazio da saudade <br />este acordará no tempo certo <br />de um tempo que lembramos perdido... <br /> para sempre.<br /><br /> ***<br />Pois é. A tosqueira continua.FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-9108905018187529792010-01-04T23:44:00.003-02:002010-01-04T23:53:38.137-02:00GENIALBom, para evidenciar o meu ódio ao evangelho do vegetarianismo (vejam bem, antes de me encher o saco, tenham em mente que não tenho nada contra àqueles que têm essa opção, respeito é tudo; cada um tem o direito de comer o que quiser - o que me fode é aquela atitude comum à recém-gays, recém-evangélicos e vegetarianos que te olham com nojo porque vc lambe o sangue de uma picanha suculenta, que tentam a todo custo te converter e te impor a verdade de sua verdade), posto aqui uma pichação genial encontrada perto de minha casa, que ilustra bem o que penso:<br /><br /><br />CARNE É CRIME<br /><br />(e logo ao lado um outro cidadão, que imagino melancólico e muito perspicaz, escreveu:)<br /><br />FOME É FODA<br /><br />Du caralho. Neste pequeno terrorismo poético urbano ele resume tudo. Não vou explicar minha interpretação. Isto fica pra cada um.<br />E volto a dizer, respeito e admiro a fundamentação argumentativa dos vegetarianos, mas não venham me encher o saco. Gosto de carne, já vi todas as atrocidades cometidas contra animais, mas, sinceramente, não me tocou de forma tal a me impedir de saborear seus corpos. Cadeia alimentar é cruel - poderia ser menos, é claro, com métodos mais adequados e menos atrozes.<br />Enfim, é isto. Preguiça de levar mais adiante.FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-63575128078427674702009-12-20T22:24:00.002-02:002009-12-20T22:26:09.785-02:00FMAN B-SIDESOlá, companheiros. Neste domingo quente e sórdido, começo a lembrar de algumas coisas daquela época de loucuras. É impossível pensar nisto sem invocar meus amigos insanos que me acompanharam. Portanto, nesta terceira edição de meu B-sides, posto algo relativo ao tema. Como sempre, o poema não tem fim. A diferença é que eu me lembro de compô-lo, mesmo que vagamente. Bem, acho que eu estava sobre certa influência de Ginsberg, mas enfim...<br /><br />meus amigos estão loucos<br />perambulando cheirados pelas ruas<br />no dia seguinte à noite da desforra<br />onde o acaso não lhes deu nada<br />nem uma resposta<br />nem uma dádiva<br />nem um bilhete marcado pra dentro de suas almas<br />estão preocupados<br />com suas barrigas proeminentes<br />chorando através do útero dos velhos barris de cerveja<br />estão assistindo tv<br />esperando a vinda do messias vestido num terno em liquidação<br />mas a ele só resta sentar e liquidar<br />uma garrafa de whisky num fim de noite qualquer.FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-76653681303933815512009-12-14T18:37:00.005-02:002009-12-14T18:47:34.500-02:00FMAN RECOMENDA<div align="justify">Apresento-lhes o trabalho de meu estimado e querido amigo, Daniel Seleme. O cara sempre escondeu seu intenso talento de todos, mas nunca me enganou. Graças aos bons deuses ele resolveu lançar um blog e publicar seus segredos. O endereço tá nos meus links. Confiram.<br />O Daniel é uma dessas pessoas de sabedoria e de olhar perscrutador, sempre curioso, tentando ir aonde nenhum homem jamais foi. Principalmente para dentro de si. Seu texto é tão poderoso, sincero e cheio de verdades e de uma visão poética que fui obrigado a reproduzi-lo aqui. Divirtam-se, canalhas!<br /></div><div align="justify">***</div><div align="justify"><strong>EXCERTOS</strong></div><div align="justify"><br />Vida! Vida Vida, Allen. Veja só como as cidades pulsam vida. Veja o que o tropical verão do Brasil proporciona aos que o habitam. Ruas tomadas pelo sabor do sexo destilam essências estimulantes meu caro; afrodisíaco potencializado em fodas incessantes e trepadas que fariam o bom Marquês gozar atrás das grades. Sede! Orgasmo infinito e encantador. Culotes! Carros envenenados deslizam nas porras das esquinas e as prostitutas constrangidas com esse bacanal que o povo de cá brinca de viver.<br />Onde vais? Onde vou? Quando o mundo acabar colete suas coisas e venha comigo. O dia em que o mundo acabar estaremos mentindo na cama e você virá comigo, até o mundo acabar, não é mesmo DmBand? E agora que ele já foi...rss, aproveite. Fumaça, a cama está em chamas e eu nú fumando este tabaco, brasa maldita, minha fogueira, não sou bruxo não. Talvez um brincalhão, vento das sublimes florestas nipônicas. Agora o quarto ruborizou e as paredes escarlates fundem sombrias sombras que dançam a moda cigana. A cafeína preta ferve, obrigado. Um drink para lembrar e outro para esquecer, mais um drink e eu me irei. Hoje a Graça virá ao meu encontro e lhe oferecerei um drink, sorriso estampado e logo suas pernas se abrindo ainda mais contagiantes e receptivas, sanduíches de joelhos. Sim, sei que ela gosta quando os pressiono. E quando escorrega os braços desnudos sobre a mesa do bar. Depois sob as vestes e os olhares vermelhos dos que nos acompanham, desce até o eriçar da alma arrepiar num convite inevitável.<br />Alguns dias com uma dose de angústia, trancado na quitinete, ouvindo músicas e pensando o que poderia fazer, observo de perto as semanas correrem a galopadas. Nesta época posso considerar poucos caminhos visíveis em que me engendre a contento, por isso, optei em não fazer, fazer nada e deixar o tempo revelar novas hipóteses. Algumas mais nítidas. Talvez ainda não tenha entendido alguma escolha que esteja à minha frente. Matuto e penso, observo e tudo que vejo é a estrada através das janelas da minha jaula, que escondo as chaves em baixo do travesseiro e durante a noite, durante os sonhos, liberto para trilhar feliz a vida sem pormenores, intensa, dentro daquilo que realmente importa.<br />O duro preço da solidão é o amargo que impregna e sufoca em momentos de fraquejo. O músico do bar repete os mesmos versos; os bêbados continuam se arrastando pelas sarjetas; as terríveis mulheres tornam a foder com todos; as queridas nos tranqüilizam, o alvorecer do dia sepulta-nos vampiros; vampiros, até que o período do qual somos escravos chame-nos e o ciclo demoníaco continue. Ainda assim olho fixamente para a estrada florida da vida. Pesaroso, aguardo minha santa carona que conduzirá até o limite; assim torno-me livre e interajo com o vasto vazio.<br /><br />- DANIEL SELEME - de sua série "Absurdos do Baú", parecida com a minha "B-sides", mas com a diferença de ser textos excelentes que ele esqueceu na gaveta.</div>FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-26615729373045351232009-12-10T18:11:00.003-02:002009-12-10T18:22:01.054-02:00FMAN RECOMENDAArte e doença mental:<br /><br /><strong>Laibach</strong><br /><a href="http://www.youtube.com/results?search_query=laibach&search_type=&aq=f">http://www.youtube.com/results?search_query=laibach&search_type=&aq=f</a><br /><br />Quaisquer vídeos deles. O grupo esloveno é frequentemente associado ao nazi-fascismo e ao autoritarismo. Eles respondem que é tudo sátira. Eu acredito. É só ver a bizarra (e doente) apresentação deles pra conferir. É impossível ficar impassível diante da figura excêntrica de Milan Frãs, geralmente o front-man da banda: suas roupas remetem a um militarismo bizarro, sem falar no chapéu que ele usa. Completamente insano.<br /><br />Para puxar:<br /><strong>Easy stars all stars</strong><br />O grupo tem 3 Cds. Eles fazem versões Dub (não sabe o que é - Wikipedia, mano!) de discos consagrados. Recomendo puxar todos: obras-primas. Imagine ouvir Dark side of the moon com riffs de reggae e remix(s) psicodélicos. A discografia é completada com versões de Ok Computer, do Radiohead e Sgt. Peppers (!) dos Beatles. Sonzeira. Pra quem quer Dub puro, original, recomendo o CD "Super Ape", do <strong>The Upsetters</strong>. Du caralho.<br /><br /><strong>Richard Cheese</strong> (Discografia inteira)<br />Imagine um maluco fazendo versões <em>lounge</em> de músicas consagradas. Este é o cara. Prepare-se então pra ouvir "Welcome to the jungle" cantada em estilo Sinatra. É de se cagar de rir. Ou pior: letras cheias de palavrões (como "Smack my bitch up") cantadas com muita elegência. É foda.<br /><br />That´s all folks!FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10927984.post-40673905334525066572009-11-30T15:54:00.003-02:002009-11-30T16:04:04.937-02:00FMAN B-SIDESBom, digo desde já que este é o texto mais ridículo desta série. Novamente, trata-se de um poema cuja concepção e realização não estão registradas em minha memória. Graças a Deus. Como dizem por aí, se você não lembra, é porque não fez. Prefiro enganar-me assim. Analisando o texto, vê-se rimas forçadas, ingênuas. O sentido do poema inexiste, acredito, e as rimas trabalham apenas para si. Com um pouco de esforço, e se fosse numa linguagem mais simples, ele poderia até ser uma letra de uma música mais lenta de pagode. Enfim, divirtam-se canalhas e riam à vontade!<br />P.S. Se você não sabe o que é o FMAN B-SIDES, procure o primeiro post da série logo abaixo!<br /><br />estou a mando de morrer.<br />a mando tal e qual<br />o mandato que decreta<br />o fim de todo carnaval<br />crendo, que, se de ver<br />a chama por trás<br />de um gesto carnal<br />apague a sede de não se ter<br />qualquer ordem banal<br />nascida como um bebê em dia de natal.<br /><br />(ARGHHHHH!)FMANhttp://www.blogger.com/profile/02836659802547980566noreply@blogger.com3