domingo, dezembro 20, 2009

FMAN B-SIDES

Olá, companheiros. Neste domingo quente e sórdido, começo a lembrar de algumas coisas daquela época de loucuras. É impossível pensar nisto sem invocar meus amigos insanos que me acompanharam. Portanto, nesta terceira edição de meu B-sides, posto algo relativo ao tema. Como sempre, o poema não tem fim. A diferença é que eu me lembro de compô-lo, mesmo que vagamente. Bem, acho que eu estava sobre certa influência de Ginsberg, mas enfim...

meus amigos estão loucos
perambulando cheirados pelas ruas
no dia seguinte à noite da desforra
onde o acaso não lhes deu nada
nem uma resposta
nem uma dádiva
nem um bilhete marcado pra dentro de suas almas
estão preocupados
com suas barrigas proeminentes
chorando através do útero dos velhos barris de cerveja
estão assistindo tv
esperando a vinda do messias vestido num terno em liquidação
mas a ele só resta sentar e liquidar
uma garrafa de whisky num fim de noite qualquer.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

FMAN RECOMENDA

Apresento-lhes o trabalho de meu estimado e querido amigo, Daniel Seleme. O cara sempre escondeu seu intenso talento de todos, mas nunca me enganou. Graças aos bons deuses ele resolveu lançar um blog e publicar seus segredos. O endereço tá nos meus links. Confiram.
O Daniel é uma dessas pessoas de sabedoria e de olhar perscrutador, sempre curioso, tentando ir aonde nenhum homem jamais foi. Principalmente para dentro de si. Seu texto é tão poderoso, sincero e cheio de verdades e de uma visão poética que fui obrigado a reproduzi-lo aqui. Divirtam-se, canalhas!
***
EXCERTOS

Vida! Vida Vida, Allen. Veja só como as cidades pulsam vida. Veja o que o tropical verão do Brasil proporciona aos que o habitam. Ruas tomadas pelo sabor do sexo destilam essências estimulantes meu caro; afrodisíaco potencializado em fodas incessantes e trepadas que fariam o bom Marquês gozar atrás das grades. Sede! Orgasmo infinito e encantador. Culotes! Carros envenenados deslizam nas porras das esquinas e as prostitutas constrangidas com esse bacanal que o povo de cá brinca de viver.
Onde vais? Onde vou? Quando o mundo acabar colete suas coisas e venha comigo. O dia em que o mundo acabar estaremos mentindo na cama e você virá comigo, até o mundo acabar, não é mesmo DmBand? E agora que ele já foi...rss, aproveite. Fumaça, a cama está em chamas e eu nú fumando este tabaco, brasa maldita, minha fogueira, não sou bruxo não. Talvez um brincalhão, vento das sublimes florestas nipônicas. Agora o quarto ruborizou e as paredes escarlates fundem sombrias sombras que dançam a moda cigana. A cafeína preta ferve, obrigado. Um drink para lembrar e outro para esquecer, mais um drink e eu me irei. Hoje a Graça virá ao meu encontro e lhe oferecerei um drink, sorriso estampado e logo suas pernas se abrindo ainda mais contagiantes e receptivas, sanduíches de joelhos. Sim, sei que ela gosta quando os pressiono. E quando escorrega os braços desnudos sobre a mesa do bar. Depois sob as vestes e os olhares vermelhos dos que nos acompanham, desce até o eriçar da alma arrepiar num convite inevitável.
Alguns dias com uma dose de angústia, trancado na quitinete, ouvindo músicas e pensando o que poderia fazer, observo de perto as semanas correrem a galopadas. Nesta época posso considerar poucos caminhos visíveis em que me engendre a contento, por isso, optei em não fazer, fazer nada e deixar o tempo revelar novas hipóteses. Algumas mais nítidas. Talvez ainda não tenha entendido alguma escolha que esteja à minha frente. Matuto e penso, observo e tudo que vejo é a estrada através das janelas da minha jaula, que escondo as chaves em baixo do travesseiro e durante a noite, durante os sonhos, liberto para trilhar feliz a vida sem pormenores, intensa, dentro daquilo que realmente importa.
O duro preço da solidão é o amargo que impregna e sufoca em momentos de fraquejo. O músico do bar repete os mesmos versos; os bêbados continuam se arrastando pelas sarjetas; as terríveis mulheres tornam a foder com todos; as queridas nos tranqüilizam, o alvorecer do dia sepulta-nos vampiros; vampiros, até que o período do qual somos escravos chame-nos e o ciclo demoníaco continue. Ainda assim olho fixamente para a estrada florida da vida. Pesaroso, aguardo minha santa carona que conduzirá até o limite; assim torno-me livre e interajo com o vasto vazio.

- DANIEL SELEME - de sua série "Absurdos do Baú", parecida com a minha "B-sides", mas com a diferença de ser textos excelentes que ele esqueceu na gaveta.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

FMAN RECOMENDA

Arte e doença mental:

Laibach
http://www.youtube.com/results?search_query=laibach&search_type=&aq=f

Quaisquer vídeos deles. O grupo esloveno é frequentemente associado ao nazi-fascismo e ao autoritarismo. Eles respondem que é tudo sátira. Eu acredito. É só ver a bizarra (e doente) apresentação deles pra conferir. É impossível ficar impassível diante da figura excêntrica de Milan Frãs, geralmente o front-man da banda: suas roupas remetem a um militarismo bizarro, sem falar no chapéu que ele usa. Completamente insano.

Para puxar:
Easy stars all stars
O grupo tem 3 Cds. Eles fazem versões Dub (não sabe o que é - Wikipedia, mano!) de discos consagrados. Recomendo puxar todos: obras-primas. Imagine ouvir Dark side of the moon com riffs de reggae e remix(s) psicodélicos. A discografia é completada com versões de Ok Computer, do Radiohead e Sgt. Peppers (!) dos Beatles. Sonzeira. Pra quem quer Dub puro, original, recomendo o CD "Super Ape", do The Upsetters. Du caralho.

Richard Cheese (Discografia inteira)
Imagine um maluco fazendo versões lounge de músicas consagradas. Este é o cara. Prepare-se então pra ouvir "Welcome to the jungle" cantada em estilo Sinatra. É de se cagar de rir. Ou pior: letras cheias de palavrões (como "Smack my bitch up") cantadas com muita elegência. É foda.

That´s all folks!