terça-feira, junho 20, 2006

a primeira vez a gente sempre esquece (1.ª idéia)

quando um louco surtado olhou em meus olhos,
na aurora dos meus passos de bêbado,
eu não vi nada mais do que a lágrima triste de um palhaço
que havia em mim mesmo.
e o palhaço, na lágrima solta, ria sem medo
porque na ponte que ali havia
minha alma encontrava a dele e dele dizia
que das dores que vêm do mundo ainda é cedo.
quando eu louco surtado me vi no espelho
anos depois da aurora de meus passos trôpegos,
perguntei a quem me fitava onde estava a ponte.
com terror ele não falou nada, apenas se afastou,
pouco a pouco se deitando
sem saber muito bem se alguém havia
lhe perguntado algo.