quarta-feira, dezembro 21, 2005

a inominável ânsia de existir e ser

me dêem atenção! o mundo deve me dar atenção! eu sou KING KONG! estou apaixonado. mas na verdade quero foder. mas o pinto é grande! como fazer? um ser que não pode foder! vou procurar, um prédio, uma janela deve dar conta do recado...humm..mas rasgará meu pinto peludo de gorila. KING KONG QUER FODER! mas não é só a energia sexual, é a energia misteriosa que não pode ser saciadao demônioo demônioKING KONG rasgando a pele, saindo saindo pra noite. uma volta poderia me jogar de encontro à noite...ela poderia me envolver com seus cheiros caóticos, me embalar numa corrente de fumaça, enfiar o dedo em minha goela e fazer os demônios sairem cuspindo fogoxoxotas avulsas voariam em uníssono, as embaixatrizes da noite preparando sua chegada...emitindo sons estranhos e bizarros, com sumos vaginais sendo expelidos pelos buracose depois delas, viriam a ala dos depravados, sempre pedindo perdão com as mãos estendidas e se retorcendo pros olhos não cairem das órbitas. alguns estariam tocando seus membros freneticamente, ainda que, com uma tentativa de dissimulação mal executada. KING KONG QUER FODER!esterei alucinando em algum outro canto de curitiba em busca da infância perdida (!)(?) xoxotas voadoras, xoxotas ébrias...naum. a noite que espere. aqui dentro deste mundo só vejo xoxotas calmas e arredias. (e com que liberdade este homem aqui usa a palavra xoxota, cavalheiros, que vulgar e pretensioso e babaca e falso!) KING KONG QUER FODER!é..este é meu medo. posso ver meu pinto sorrindo em direção a elas, soltando a língua pra fora e provocando-as sutilmente...temos de domesticá-las. domesticá-las, aí tá uma idéia interessanteum pinto vestido com um capuz preto (com o furo pra boquinha da cabeça) e um chicote na mão (?)...slapt! a primeira chicotada abre um rasgo bem do lado dos lábios maiores slupt! a segunda chicotada atraca-se bem no clítoris...o pau se agarra e balança pendurado...ooooooooooooooooooooooooowwwwwwwwww...tarzan desbrava a selva mas o animal arredio ainda resisteporém um pingo cai do buraco xoxotal revelando que a misteriosa caverna dá sinais de fraqueza...sim senhores! a carne é fraca como todos dizem desde os tempos remotos, a-d-ã-o bolinando e-v-a (oh, ímpios, não seria o contrário?) em seu leito ao relento, tarzan puxa seu chicote, slorpt puft tablof! a chicotada final atravessa todo o períneo, ops, perímetro do animal-buceta e adentra a caverna...o segredo maior está por vir, grand finale, o buraco de minhoca, a passagem pra outra dimensão, caos, caos, e mais pingos vêm, sumos, rios, cachoeiras, A CARNE É FRACA, A CARNE É...FRACA. o homem entra na caverna. é triste saber, mas platão já nos disse...que ele nunca mais saiu. (delírios de curitiba again ou meu estado de ânimo do momento)

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Porra sei lá!!

Express yourself! então galera, ouvindo esta música agora de um tal de charles wright que devia ser um daqueles negões com óculos imensos, correntes, cercado de mulheres sacudindo tudo que é porra cantando um funk do caralho. clima de putaria, alegria todo dia. porra, os ecos desta música tão ardendo no meu cérebro...e aí me vem umas imagens de palmeiras balançando, mulheres dançando de biquiní, praia e aquele bom e velho clima de HARMONIA EXISTENCIAL que só existem em alguns momentos aleatórios e caóticos de qualquer existência. este é o objetivo. o pesadelo é o contrário. de tudo isso, tou dizendo. mesmo porque a música acabou, e tudo o que escrevi até aqui era O SONHO. não a realidade. a realidade, ainda tou enfrentando ouvindo alguma coisa mais psicodélica....mas que se foda... (deliríos de curitiba mais uma vez)

terça-feira, setembro 06, 2005

NASCIMENTO (1.º tratamento)

(pra uma amiga que foi embora)

adeus, você disse
digo apenas boa noite

dentro de mim
coloco seu sorriso pra dormir
e cubro teus olhos com a memória
dos momentos que querem partir.

rezo pra que sua voz não se perca
no meio de todas lá fora,
velo teu sono enquanto a noite desmaia em teus braços
peço pra lua te conhecer
pra depois me lembrar como você é
saio ao jardim, pulo a cerca
percorro todas as trilhas de nossas conversas:
quando o dia amanhecer seguirei o caminho passo a passo.

adeus, você disse
não aceito
aceito apenas a leve respiração do teu sono
desenhando no ar tua presença.

o tempo haverá de publicar todas as obras
que você escreveu nos meus dias
não me importo se foram poucas,
já me basta ter sido intensas todas as horas.
não me importo se não rompemos
a distância sutil das almas:
suas linguagens encontram-se roucas
quando a vontade de se encontrarem chega ao extremo.

sinto qualquer coisa
quando te vejo aos poucos adormecer
insistindo em dizer adeus
seguro sua mão como se segurasse o cordão da vida
para não deixar nosso laço perecer
e quando finalmente teus olhos já não me lembram
o que me encantou, me satisfaço apenas em saber
que onde você estiver, estará sonhando
e trazendo tudo que tive a quem merecer.

adeus, você disse,
mas eu respondo apenas boa noite,
porque quando amanhecer lá longe,
você ainda estará comigo.

terça-feira, agosto 30, 2005

"...e um voou por sobre o ninho do cuco."

os culhões estão mortos. estão sendo devastados como árvores. bukowski talvez tenha tido a sacada do século com o conto “o espremedor de culhões”, mas ele foi demasiado simbolista no lance. quem foi mais direto ao ponto foi o acido man Kesey, este sim, o fodão que viu o testículo morrer e presenciou (não só uma vez, cavalheiros) o grito agudo e seco da ex-vigorosa vítima. um grito de desespero, bem entendam, uma coisa qualquer na linguagem primitiva que quer dizer “fodeu” e agora fica mais difícil levantar da cama, porque o piu piu não tá lá pra fazer vc se sentir alguém. mas voltando ao kesey, este cara foda. eu li esta semana o clássico “um estranho no ninho” e puta que o pariu, que livro. Não, não é um livro. é uma mão aquilo e ela te aperta os bagos desde o começo, meio que te fazendo sentir um pouco do que é que estão fazendo por aí. há muito tempo eu não fumava cigarros incontroláveis ao ler um texto, há muito não odiava tanto um personagem (será que posso chamar aqui de personagem? a importância e símbolo daquela velha vai muito além do que se possa categorizar como.) a ponto de, se ela estivesse na minha frente, pular no pescoço e estrangular até a morte, como fez o mcmurphy no final (ah, e que alívio imaginá-lo fazendo). E porra, quantos momentos memoráveis neste livro, quantas frases fodidas, quantas alucinações (as mais lúcidas de todos os tempos) do velho chefe bromden. Mas o melhor mesmo é pegar o filme e ver aquela imagem meio de baixo, daquela imensa janela quebrada e em seguida ver o chefe quase que flutuando no jardim do hospício. um estranho no ninho? então voemos sobre ele, em vez de rumar ao leste ou ao oeste.

no fundo da alma o palhaço descobrindo o sentido da vida:

hehehehe.

sexta-feira, junho 03, 2005

Freud e a viadagem: associações bizarras através de estranhas conexões cerebrais

hoje fui no sexólogo. sim, de SEXO. aquele mesmo que trata casais em crise ou palestra sobre sexo seguro pra jovens, tudo muito didaticamente, é claro, como se sexo fosse como montar uma barraca no meio do mato ou coisa assim. hein? ah não, nada demais...só alguns distúrbios realmente muito sérios meus, falta de orientação sexual e mais algumas coisinhas que, sabem, andou incomodando minha vida aí nestes últimos tempos. mas tem uma outra coisa, que na verdade é o real motivo de perturbação e me levou até esta situação embaracosa. depois de um trauma amoroso (do amor que não foi!!?), começou-se a se desenvolver uma bizarria um tanto curiosa com minha pessoa. EU SOU VIADO. esta idéia começou a me perseguir como uma obsessão paranóica sem precedentes. me lembrou um TOC, com aquela coisa toda da idéia obsessiva e o ato físico pra sanar a idéia, mas o meu funcionava da seguinte maneira: vinha a idéia obsessiva da viadagem, tipo olhar homens e sentir uma “estranha sensação” e associar isto à desejo, e então uma punheta pra sanar a idéia, lógico, pensando em viadagem e toda besteirada tal. longas horas tensas em um mês assim me levaram a virar um PUNHETEIRO de carterinha e pulso firme, quer dizer, mole (mesmo por causa do tema da situação), pra poder facilitar o ato. então eu estou lá, neste tal consultório com o tal SEXÓlogo, divagando sobre bizarrias fantasiosas de uma mente “expandida”, espondo a situação quase que cientificamente.
“eu tenho um pensamento e uma sensação de que estou com trejeitos de viado...bem, sinto que estou com o pulso esquerdo meio molengão, caído, engraçado porque é só o esquerdo, mas também sinto jeitinho meio esquisito e...” ele olha enviesado pra mim. “porra, desde que vc chegou aqui e já faz uma hora, eu não vi em você nenhum sinal de bichice.” "mas quanto às punhetas e os pensamentos obsessivos?” eu insisto, como um masoquista. “é natural, cara, depois de tantas pressões, situações embraçosas, traumas amorosos, que você esteja vivenciando este tipo de coisa...lembra o negócio lá do regressivo do Freud?” eu reflito, e depois de toda sessão mesmo, me sinto mais aliviado da ansiedade e um pouco mais lúcido. finalmente pergunto, “tá, mas doutor, e agora o que que eu faço pra salvar toda esta situação e sei lá, ser uma pessoa com a sexualidade em dia?”. a resposta clássica: “PELO AMOR DE DEUS, PARE DE LER FREUD!”

quarta-feira, junho 01, 2005

estranhas reflexões numa noite de quarta sobre pessoas e a busca pelo inferno

muitas pessoas, às vezes até muito próximas, vêm até mim querendo conhecer o "submundo". buscam a degenerescência, a decadência, o limiar, aquela fronteira invisível entre a sanidade e o descontrole, este descontrole gerado pelas privações as mais diversas. elas querem conhecer A Perturbação, porque se sentem melhores consigo mesmas, se sentem fortes diante de seu mundo plástico e falso, isto lhes tira a culpa de viver à margem do que realmente é, à margem de toda podridão e excreção. o problema é que isso nunca vai vir até eles, porque eles realmente não têm A Perturbação dentro de si. uns poucos a têm, mas nunca tiveram culhões de destrinchá-la com a necessária dose de honestidade e penetrarem no âmago da situação toda. costumam julgar e culpar todo tipo de ato que fuja às diretrizes normais de uma sociedade perfeitamente moral. "oh, meu deus, como ele pôde fazer uma coisa dessas?" é uma pergunta pertinente em seus cérebros enojados ao verem um ser demoníaco assumir uma atitude infantil diante de um estímulo razoavelmente supérfluo, como agarrar uma garrafa e sair em busca da jugular do garçom que lhe pediu pra baixar o tom da voz diante de uma mulher porque estava assustando os outros clientes ou mesmo perturbando o estupor dos outros bêbados de almas sugadas. a verdade, como um amigo meu já me dissera, é que eles têm a vontade de fazer tudo ou quase tudo o que estes degenerados fazem, mas lhes faltam culhões. eles queriam testar seus próprios limites em busca da revelação e verdade e de uma existência humana mais digna e autêntica, mas isto provavelmente iria contra os parâmetros da normalidade e do aceitável, o que inevitavelmente provocaria conflito e dor. então conhecer alguém que lhes proporcione este contato indireto com a realidade parece lhes deixar satisfeitos e bem consigo mesmo. provavelmente dirão: ok, eu conheço esta raça, eu sei lidar com eles, eu sou foda, me respeitem, eu não estu por fora. de qualquer forma não é uma escolha muito sensata buscar o inferno nos dias de hoje. pode-se encontrar o diabo em pessoa e o mais terrível é ter consciência de que ele pode ser VOCÊ mesmo.

terça-feira, maio 17, 2005

(sem título)



nossas vidas banais
lembram um teatro popular
peça cheia de vida
escapole numa alegre folia
para deixar a tristeza escapar
minhas falas óbvias
não me fazem acreditar
em tuas pernas abertas
gozando dúvidas certas
que não aguento chupar
existe algo mais
em teus gestos improvisados
para provocar
num bacanal de derrotados
desejos incontroláveis
uma iluminação fraca
revela nossas marcações
neste palco de foliões
onde o sol nu acata
espermas indomáveis
baseio meu figurino
em seus seios eternos
que botam em desalinho
os falos mais ternos
o esforço de seu suor
na atuação mais obscena
traz o cheiro de morena
e meu texto de cor
para completar esta cena.

terça-feira, abril 26, 2005

dalson

dalson, o retardado de muletas sem movimentos certos arriscando todo o seu arsenal numa luta sem fim contra seus demônios que não lhe deixam mover a boca pra falar palavras bonitas pra bruninha a morena linda de seus irreais sonhos tronxa e cega sem a perna esquerda mas com uma buceta gigante e um clitóris superdesenvolvido que dalson não consegue chupar porque não controla a língua e aí ele pensa meu deus como pude nascer assim com um cérebro tão pouco desenvolvido que não me permite mandar a língua chupar uma buceta isto é uma injustiça todos não nascerem iguais a estranha anti democracia da pré-vida que faz com que ele se revolte e fale palavrões incontroláveis fingindo não ter controle sobre isso e as pessoas olham pra ele com misericórdia quando a última coisa que quer é misericórdia mas sim um pouco de buceta e prazer nesta vida tão amarga e sem chances pra pessoas como dalson o retardado que num dia de maio de um ano frio e triste enfiou seu corpo nu pra baixo de um penhasco esparramando-se em sangue num chão indiferente sem ao menos saber que bruninha era apaixonada por ele e não tinha nenhum controle sobre seu clitóris.

sexta-feira, abril 22, 2005

Branca de neve e os sete fungadões

espelho, espelho meu,
existe alguém mais xarope do que eu?
no retrato que não é seu
você sente alguma cois pelo meu eu?

(1.º fungadão)

e esta dor no peito
reflexo do amor que não foi
escorrendo rarefeito pelo nariz
pelos canais íntimos
o ritmo do mundo não é mais o mesmo
enquanto esperava, a vida se foi
e eu a lamber seus pentelhos a esmo.

(2.º fungadão)

lembranças mortas no caixão
estão vivas, vivas embaixo do colchão
procurei e procurei o teu estigma de ser minha
confiante um pouco mais, de pau duro um pouco menos
- já ardem as mucosas por não conseguirem mais
seguir o teu rastro.

(3.º fungadão)

tem esta libido constipada
que faz dificil apagar o teu rosto
faço então com o cartão
a forma dos teus peitos
e afundo minha cara
pra amenizar a situação.

(4.º fungadão)

nada demais minha querida
eu não sou o que você sempre quis
cutuquei toda a minha ferida
porque o pus já nada me diz
não sinto dor tampouco vergonha
só uma agitação em procura do gozo.

(5.º fungadão)

o ritmo do mundo já não é mais o mesmo
ou será que o meu é que está enfermo?
o que será de tudo o que já se foi
na confusão ridícula de nossos sentimentos
que não são ou que não estão
neste plano ou no seu.

(6.º fungadão)

posso estar assim sem mais nem menos
perto de você na calçada do céu
passo a passo sem mais cansar
de tocar a ponta de todos os véus
que encobrem teu corpo
e tirá-los, mesmo que, a tarefa de chegar
ao nu de teus pêlos, seja mais uma
escada pro inferno.

(7.º fungadão)

já não sei mais nem meu nome
aquele que está escrito em algum lugar
dentro de você
já não sei nem se posso encontrar
alguma coisa minha
no teu olhar
já nmão sei mais porque o espelho me olha
como se fosse pingar alguma explicação
do meu nariz machucado
quando na verdade
só vejo sangue, pingo a pingo
e toda euforia some pouco a pouco
até não sobrar mais nada
nem um coração que bata.

POST MORTEM

espelho, espelho meu,
quantas vezes você fez de mim alguém
pra me dar um rosto pra falar
pra me dar um rosto pra chorar
pra me dar um rosto simplesmente
eu sei que sou o espelho
mas todos os dias você me fez gente
e agora, porque quebra minha superfície
com o peso da face que me deu sentido em amar
qualquer coisa fora de mim?