terça-feira, agosto 30, 2005

"...e um voou por sobre o ninho do cuco."

os culhões estão mortos. estão sendo devastados como árvores. bukowski talvez tenha tido a sacada do século com o conto “o espremedor de culhões”, mas ele foi demasiado simbolista no lance. quem foi mais direto ao ponto foi o acido man Kesey, este sim, o fodão que viu o testículo morrer e presenciou (não só uma vez, cavalheiros) o grito agudo e seco da ex-vigorosa vítima. um grito de desespero, bem entendam, uma coisa qualquer na linguagem primitiva que quer dizer “fodeu” e agora fica mais difícil levantar da cama, porque o piu piu não tá lá pra fazer vc se sentir alguém. mas voltando ao kesey, este cara foda. eu li esta semana o clássico “um estranho no ninho” e puta que o pariu, que livro. Não, não é um livro. é uma mão aquilo e ela te aperta os bagos desde o começo, meio que te fazendo sentir um pouco do que é que estão fazendo por aí. há muito tempo eu não fumava cigarros incontroláveis ao ler um texto, há muito não odiava tanto um personagem (será que posso chamar aqui de personagem? a importância e símbolo daquela velha vai muito além do que se possa categorizar como.) a ponto de, se ela estivesse na minha frente, pular no pescoço e estrangular até a morte, como fez o mcmurphy no final (ah, e que alívio imaginá-lo fazendo). E porra, quantos momentos memoráveis neste livro, quantas frases fodidas, quantas alucinações (as mais lúcidas de todos os tempos) do velho chefe bromden. Mas o melhor mesmo é pegar o filme e ver aquela imagem meio de baixo, daquela imensa janela quebrada e em seguida ver o chefe quase que flutuando no jardim do hospício. um estranho no ninho? então voemos sobre ele, em vez de rumar ao leste ou ao oeste.

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