quinta-feira, março 30, 2006

Chicó de Anasé!

porra! estou feliz pra caralho! um contato ali, outro aqui, conversas intermináveis, uma procura desenfreada e...voilá! finalmente consegui adquirir meu exemplar do "Do pó me levantei, na terra me deitarei", o único livro de poesias do mestre chicó. paguei quarentão por um livro com um pouco menos de 100 páginas e mandei vir direto do mato grosso do sul, mas porra, valeu o esforço. é uma raridade de valor incalculável. estou aqui folheando com sorriso de ponta a ponta. mas enfim, o post de hoje dedico ao grande mestre, com duas poesias dele.

DESABROCHAR DE UM BÊBADO

Matagal sem fim proclama minha hora
Da horda infame augusta garrafa em rolhas de órbita
O vôo alto, o giro é meu!
Que do gole estrondoso virei borboleta
E desde então nunca mais consegui planar em linha reta.

QUANDO APRENDI A SOFRER

Nas agrura da vida fui crescido
Por ser demais olhador
E também senti o amor
Por causa do qual tenho sofrido
Te digo meu cumpadre, é duro esta história
Que entre um gole e outro estou a contar
Mas vá lá, o amor e o pescador tem lá sua glória
Como é este meu causo de mesa de bar:

Meu primeiro amor foi uma tal de Cândida
Uma vaca mui respeitosa do pasto de meu avô
Tão cheinha e formosa como a beleza pedida
E não pense que era de muitos caprichos meu sinhô
Era só uma estocada e pum!
ela já mugia dizendo Eu ti amum!
Mas, contratempo - venho meu predecessor
Matou Cândida e da sua carne fez seu motor
Que de bexiga e intestino cheio é que vive o tal do homem
Chorei e chorei por muitas primavera então
Sentindo o que é sofrer de descer lágrima ao chão
Mas, o que me doía, não era falta de Cândida não;
Era ter conhecimento, para minha sensatez
Que Cândida passou pelo espeto duas vez.

Chicó de Anasé

Nenhum comentário: