segunda-feira, outubro 17, 2011

Mais um de Jorge Barbosa

Enquanto meu ócio continua vigente, poema novo de Jorge Barbosa Filho.

assinatura


tento ir em prantos
mas choro de tanto de rir
em cantos escuros
onde sou muitos e tantos.
minha solidão é fiel
ela não me deixa só,
ando por aí contido
como espelhos.

não procuro cheques,
sheiks, ou o X da questão.
procuro um antídoto
algum nome, um som
sem bilhetes suicidas.
ganhei-me pelas frestas
e mesmo sendo assim,
dei uma imensa festa
dentro de mim!

até que enfim,
fiquei lindo a noite toda
para esperar por mim,
mas não fui, não vou, nem vim.
as luas dos meus lábios
incendeiam-me insensato
nesta espera sincera,
esqueço quem sou
e lembro quem flui.

passaria séculos convicto
em ser uma oitava acima
de marte e plutão.
mas meu amor não cabe
na boca de um vulcão.
meu umbigo é um big-bang,
apenas um improviso,
uma fuga de jazz band.

não me levei em conta,
não botei na ponta do lápis.
passei na prova dos nove
mas me falta um pouco de álibi.
escrevo com minha sombra,
sem sombra de dúvidas...
nas minhas ilusões, eu me achoe assino em baixo, em baixo.

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