Oh, Deus, deuses. Finalmente me acertei com o divino. Estou numa boa forma (não ainda na melhor - a melhor sempre é aquela que ainda não alcancei) e escrevendo uma coisa maravilhosa. Finalmente me desprendi de velhos recalques, velhos grilhões. Desvencilhei-me de muitos dogmas que alguns pretensiosamente me "ensinaram", enquanto, na verdade, estavam dando o "pulo do gato" para travar minha literatura. Dogmas que não fazem o menor sentido, na verdade. Ou antes, fazem, pois foi preciso penar sobre críticas alheias e até acreditar em várias opiniões agora duvidosas, para que eu descobrisse que a melhor maneira de eu escrever era a maneira pela qual sempre escrevi. E é engraçado isto, porque, no final das contas, foi um fortalecimento de minhas convicções, do único e verdadeiro dogma que realmente importa: acredite em você mesmo. Sempre. Voltei ao que eu era antes, mas muito mais blindado, muito mais acurado, certeiro; minha linguagem, de certa forma, refinou-se através dois cuidados que aprendi a ter. Neste sentido, todas as críticas acabaram sendo construtivas. Agora sinto-me destravado, livre, fluído, dono de toda minha obra e escrever voltou a ser a paixão, o êxtase. Existe algo poderosíssimo na arte de criar: é como, pretensiosamente, querer se aproximar de Deus (se pensarmos que exista um), na falta de algo melhor para definir a satisfação plena de vibrar junto com sua criação, de acompanhar nos mínimos detalhes vidas que nunca existiram, mas que ganham contornos reais graças aos traços que você próprio pincela. É uma das melhores sensações do mundo. Arte é minha vida. Ler, escrever, o amor e sexo são as melhores coisas da minha vida. Como já diria um homem muito importante para mim: "Tira-se tudo de um homem, mas sua arte permanece". Durante algum tempo, tiraram de mim minha arte. Eu pensava isto. Mas finalmente descobri que não. Ela apenas recuou amedontrada perante tanta guerra contra ela. A máxima, portanto, é verdadeira. Obrigado, pai. Por me dizer uma das maiores verdades que você poderia me legar. No fundo, foi ela que me salvou.
Outra reflexão importante é: e daí? para quem importa saber isto? Não sou eu um anônimo, um escritor de um blog dentre milhares? E ainda, pouco conhecido? Quem gostaria de saber sobre minha vida? É uma coisa interessante esta. Milhares de pessoas postam detalhes de sua vida, "hoje eu encontrei ciclano, tomamos sorvete, uma punhetinha e um banho morno, até logo adeus, dormi escutando 'across the universe', eu tenho dois gatos, eu gosto de fazer as unhas com determinadas estrelinhas coladas". Porra, que diabo que quero saber disso?? A quem isso interessa. Partindo desta mesma premissa, é que eu escrevi este post. Há quem interessa esta porra de evolução da minha escrita?
- Bom, porque escreveu então, babaca? - diz um eventual leitor.
Fica a pergunta, caro possível leitor.
Um comentário:
Senti firmeza amiguinho! Enfim a doce e tão esperada epifania... (e, por curiosidade, tentando descobrir mais a respeito da palavra epifania procuro na wikipedia e pasmem! combina muitissimo com o espirito de seu texto.) Fico alegre por ti Filipo, e pela mente humana que apenas ganhará com mais uma alma livre e criativa.
De seu amigo Jack.
obs.: (olha ai a descrição...) rsrs :)
Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém "encontrou a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa" do problema. O termo é aplicado quando um pensamento inspirado e iluminante acontece, que parece ser divino em natureza (este é o uso em língua inglesa, principalmente, como na expressão I just had an epiphany, o que indica que ocorreu um pensamento, naquele instante, que foi considerado único e inspirador, de uma natureza quase sobrenatural).
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