"Nenhum homem é uma ilha"
disse esse tal cara
mas tampouco
um
continente inteiro,
e aí se persegue,
naturalmente,
as caudas da pergunta
"que diabos é, então,
uma nação, um estado, uma cidade,
um vilarejo, um bloco econômico,
um pedacinho de terra de ninguém,
um espaço confinado
em um banheiro ridículo
numa pensão qualquer
no meio da cidade,
uma catatonia tão grande
dentro de si mesma
que as respostas lá fora,
elas próprias,
uma catatonia das boas, enfim,
que porra de espécie
de espaço
é reservado
à solidão, ela mesma um espaço
entrevado
em fronteiras de lugar nenhum?"
quarta-feira, abril 08, 2015
sábado, março 28, 2015
Improviso espontâneo, de repente e tal, vai que vinga
Ela, deusa branca e impenetrável,
senhora neutra na metafísica de um
dia
a
dia
qualquer
me deu um vislumbre concreto entre
vida e morte
e a merda toda é que eu não sabia
qual das duas mais me apetecia
na curra indecifrável de
minhas mais
loucas
cosmologias (ensaiadas)
encurralado em mistério forjado
a vida seguia
c o r r e n d o
anasalada
indecisa e castrada
como prostração divina diante
inesperada surpresa superada
de mortal realidade
de
um
mortal
qualquer
qual seja, talvez, linda percepção
sul e norte
ao mesmo tempo unidos consorte
bússola definitiva de incerteza
moralmente pairando
como mote
irremediável
de tudo que é conflito
entre sentir e o que
(as) s e n t e
diante dela, ó, deusa,
branca e impenetrável.
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