Isto não é um poema. Tampouco uma prosa, ou qualquer merda literária-artística ou com pretensões vagas de escritor como existem aos milhares por aí, pensando que escrever bem é ser pernóstico, lidar bem com a linguagem (e não dizer nada) ou dizer mal e porcamente qualquer coisa disfarçada pela máscara do "bem-escrito-dito" que cheira mais à fedor acadêmico (no mal sentido - existem fedores que ao menos incomodam positivamente), aquele fedorzinho que vc sente de pessoas que escrevem para si mesmas, na base de contemplarem suas próprias virtuoses e gozarem pasmos com o resultado). Isto tampouco é um manifesto anti-escritores-panelinha ou pseudo-escritores-exibidos, como ah droga, tenho de denunciar aqui, existem aos milhares por aí (mais uma vez, aos milhares!). E nesta merda de província, uns chupando o pau dos outros enquanto outros, ditos "I´m a lonely guy", bebendo e reclamando da vida pelos bares, vivendo papéis medíocres que não cabem dentro de si mesmos, porque são meros PAPÉIS e não personalidades, achando que tem alguma coisa de maldito, de outsider, de revolucionário, de principesco, e depois de todo discurso inflamado e dos atos estúpidos e sem sentido, dos quais não se poupam ninguém que esteja ao lado porque o egoísmo (humano e cultural) é tanto, voltam para suas casas protegidos, bem alimentados, com cama, papai, mamãe, um antro fantástico para a masturbação ganhar força novamente. Nada contra. Nada mesmo. Este não é um texto contra. Um escritor não deve ser necessariamente um sofredor ou chupador de poeira de meio-fio. Mas hipócrita, nunca. Falso, nunca. Se sim, que escrevam maravilhosamente bem, porque, não queria admitir, o talento sobrepôe várias merdas que existem. O problema, portanto, é o volume de MENTIRA na literatura que existe por aqui. Falta força, falta autenticidade, falta carne, vísceras e talento. Eu não queria, novamente admitir, mas é necessário entrar no clichê: não existe qualidade na literatura neste mundo atual, nesta província atual, salvo raras e preciosas exceções (e aqui não vou citar o nome de Jorge Barbosa Filho, que deveria ser considerado um dos maiores poetas brasileiros dos últimos tempos justamente por dar fôlego ao que já estava afogado, nome que deveria estar no país inteiro, pela força, individualidade e, sem exagero, reinventar a poesia brasileira - não cito porque não quero ser como os outros citando os amiguinhos sempre GENIAIS e M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O-S). Bem, e se alguém ler isto daqui e a carapuça servir (isto SE lerem, não faço nem idéia da popularidade desta joça, mas alguns parcos leitores devem haver), lá virão, por escrito ou por aí, aqueles comentários já conhecidos: "quem é este cara?", "quem ele pensa que é?" "ele deve se achar o maior escritor...mas puta merda, que merdas de contos ele escreve...e as poesias? Putz, lixo e lixo", "Ele diz que a gente faz, mas ele acabou de fazer ao elogiar um amigo e ainda ao fazer todo este protestozinho clichè de gente mal-amada". É, vocês têm razão. Mas, como eu já havia dito, isto aqui não é um poema, prosa nem anti nada. É um elogio ao ódio. Ao meu ódio. E com ele vivo bem, obrigado, enquanto tudo continua na mesma, aí, no mundinho de vocês.
P.S - Ah, e eu realmente escrevo bem sim, amiguinhos!
2 comentários:
:)
O comentário aqui não é sobre a poesia de Jerge do irajá, mas sim do próprio poeta. O conheci numa oficina em Foz do Iguaçu. Passei a amá-lo como ser humano e gênio das palavras!!! Sua poesia é de saltar o coração do peito e te devemos respeito pq o teu lugar é de direito garantido em primeiro lugar!!! Um abraço
Marisete Zanon
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