porra! estou feliz pra caralho! um contato ali, outro aqui, conversas intermináveis, uma procura desenfreada e...voilá! finalmente consegui adquirir meu exemplar do "Do pó me levantei, na terra me deitarei", o único livro de poesias do mestre chicó. paguei quarentão por um livro com um pouco menos de 100 páginas e mandei vir direto do mato grosso do sul, mas porra, valeu o esforço. é uma raridade de valor incalculável. estou aqui folheando com sorriso de ponta a ponta. mas enfim, o post de hoje dedico ao grande mestre, com duas poesias dele.
DESABROCHAR DE UM BÊBADO
Matagal sem fim proclama minha hora
Da horda infame augusta garrafa em rolhas de órbita
O vôo alto, o giro é meu!
Que do gole estrondoso virei borboleta
E desde então nunca mais consegui planar em linha reta.
QUANDO APRENDI A SOFRER
Nas agrura da vida fui crescido
Por ser demais olhador
E também senti o amor
Por causa do qual tenho sofrido
Te digo meu cumpadre, é duro esta história
Que entre um gole e outro estou a contar
Mas vá lá, o amor e o pescador tem lá sua glória
Como é este meu causo de mesa de bar:
Meu primeiro amor foi uma tal de Cândida
Uma vaca mui respeitosa do pasto de meu avô
Tão cheinha e formosa como a beleza pedida
E não pense que era de muitos caprichos meu sinhô
Era só uma estocada e pum!
ela já mugia dizendo Eu ti amum!
Mas, contratempo - venho meu predecessor
Matou Cândida e da sua carne fez seu motor
Que de bexiga e intestino cheio é que vive o tal do homem
Chorei e chorei por muitas primavera então
Sentindo o que é sofrer de descer lágrima ao chão
Mas, o que me doía, não era falta de Cândida não;
Era ter conhecimento, para minha sensatez
Que Cândida passou pelo espeto duas vez.
Chicó de Anasé
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